O Banco Central Europeu (BCE) emprestou hoje a 99 bancos da zona euro 19 507 milhões de euros a 77 dias, na quarta das suas operações de refinanciamento adicional. Segundo a agência Efe, a procura de liquidez baixou em relação à semana passada, quando 107 bancos pediram 43 713 milhões de euros a 84 dias, e na semana anterior tinham pedido 79 673 milhões de euros a 91 dias.
O BCE levará a cabo semanalmente, até finais de junho, operações adicionais de financiamento a prazo mais longo, de forma temporária, para proporcionar um apoio de liquidez imediato ao sistema financeiro da zona euro.
Estas operações efetuar-se-ão mediante um procedimento de leilão a taxa de juro fixa com adjudicação plena, com uma taxa de juro igual à taxa média aplicável à facilidade de depósito, que está atualmente nos -0,50%.
O juro do empréstimo calcula-se e paga-se na data de vencimento, pelo que poderá ser de -0,50% se o BCE não baixar a facilidade de depósito.
Todas estas operações adicionais de liquidez em condições favoráveis vencem em 24 de junho, quando o BCE levar a cabo uma operação de liquidez a muito longo prazo da sua terceira série.
Banca nacional assume compromisso
O anúncio do BCE surge na mesma altura em que a banca assumiu o “compromisso inequívoco de apoiar a economia portuguesa” face à crise provocada pela pandemia e, além da agilização dos apoios públicos anunciados pelo Governo, vai apresentar soluções de financiamento “da sua própria iniciativa”.
Os principais bancos portugueses a operar no mercado nacional – BPI, Caixa Geral de Depósitos, BCP, Novo Banco e Santander –, após a audição com o Presidente da República, num comunicado conjunto assumem o “compromisso inequívoco de apoiar a economia portuguesa”, afirmando-se “cientes de que a recuperação do tecido empresarial é essencial para o funcionamento da vida em sociedade e para o futuro e solidez dos próprios bancos, que além da crise terão de continuar a servir a economia”.
Neste contexto, garantem que “respeitando todas as orientações da Direção-Geral da Saúde, vão permanecer com elevado número de sucursais abertas ao público, de forma a assegurar a agilização dos apoios públicos e privados e a garantir a inclusão de todos os cidadãos”.
Sem prescindir “do necessário rigor” nem “pôr em causa os interesses e a segurança dos depositantes”, os bancos comprometem-se ainda a implementar moratórias e a acelerar a chegada de fundos, no âmbito dos apoios públicos, às famílias e às empresas.
Paralelamente, e “além dos apoios públicos, os bancos estão e vão continuar a apresentar soluções de financiamento da sua própria iniciativa, cujo desenho e disponibilidade terão em consideração a evolução da pandemia e as suas implicações nas diversas atividades económicas”.
Ainda esta segunda-feira, Marcelo Rebelo de Sousa garantiu que encontrou “na banca mobilização para ajudar a economia portuguesa”. O Presidente da República revelou ainda que, embora demore o seu tempo, o sistema financeiro está decidido a colocar no terreno o financiamento previsto, garantindo que esse apoio “ou já chegou, ou está a chegar ou vai chegar nos próximos dias e semanas, progressivamente, às empresas”.
E para Marcelo Rebelo de Sousa não há margem para dúvidas: “A situação da banca pode merecer confiança dos portugueses, tanto pelas medidas que serão cumpridas pelo Governo como pelas da iniciativa dos próprios bancos”, disse, acrescentando que encontrou “um estado de espírito de grande mobilização no sentido de ajudar a economia portuguesa a enfrentar um período que sabemos que vai ser difícil”.