Os testes encomendados por Portugal para reforçar a despistagem nas próximas semanas são os testes clássicos que fazem a identificação do material genético do vírus em análise laboratorial. Espanha assumiu ontem ter devolvido 9 mil testes rápidos, que revelaram uma sensibilidade de 30%. Fernando Almeida, presidente do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, que tem orientado o Ministério da Saúde nesta matéria enquanto laboratório de referência nacional, disse que para já tem sido este o entendimento, considerando que a sensibilidade dos testes é crítica nesta fase e é preciso ter garantias de que os resultados negativos o são mesmo. O responsável adiantou, no entanto, que numa próxima fase da epidemia, que admitiu pode não demorar muito tempo, o país poderá adquirir um tipo de testes rápidos que detetam não o vírus em si, mas anticorpos desenvolvidos pelas pessoas que contraíram a infeção. “Vão ser muito válidos para uma fase subsequente, que não vai demorar muito, para perceber o nível de imunidade que a população portuguesa já tem em relação ao coronavírus”, acrescentou, adiantando que poderão ser utilizados, por exemplo, para avaliar o grau de imunidade de pessoas de grupos de risco ou mesmo de profissionais de saúde, para poderem regressar ao trabalho, algo que disse estar a ser estudado por um grupo de trabalho.
Portugal tem encomendados 280 mil testes e 80 mil são esperados até domingo. O número de casos confirmados de covid-19 subiu esta quinta-feira para 3544. Prevê-se que o número de casos confirmados continue a subir de forma acentuada nos próximos dias. A maioria dos doentes estão a recuperar em casa. Nos hospitais, os casos mais graves podem ser tratados com diferentes antivirais, incluindo medicamentos ainda em fase experimental para tratamento de malária e ébola. Desde o início da epidemia, a covid-19 vitimou 60 pessoas em Portugal.