Relação do Porto confirma absolvição de médicos que não detetaram tumor cerebral em 30 consultas

Relação do Porto confirma absolvição de médicos que não detetaram tumor cerebral em 30 consultas


Sara Moreira foi 18 vezes à médica de família e 11 vezes às urgências. Médicos atribuíram sempre os sintomas a crises de ansiedade.


O Tribunal da Relação do Porto confirmou a absolvição dos quatro médicos que não diagnosticaram um tumor cerebral numa jovem de 19 anos, que acabou por morrer.

Sara Moreira morreu em 2013 depois de ter consultado a sua a médica de família 18 vezes e ter ido às urgências do Hospital Padre Américo, em Penafiel, outras 11, segundo o Jornal de Notícias.

Os juízes desembargadores do Porto concordaram com a juíza do Tribunal de Penafiel que, em julho de 2019, tinha dado como provado que a jovem não foi sujeita a exames complementares de diagnóstico que permitissem tratar o tumor cerebral, mas que os médicos acusados nunca tiveram intenção de a matar.

A conclusão dos tribunais é de que se tratou de um erro de diagnóstico, mas teria de se provar dolo para que houvesse lugar à condenação daqueles quatro profissionais.

Sublinhe-se que a jovem, durante dois anos, recorreu às urgências, com queixas de fortes dores de cabeça, vómitos, tonturas e perdas de consciência. De todas as vezes, os médicos julgaram tratar-se de crises de ansiedade.

Foi só depois de jovem morrer, em 2013, que a autópsia viria a revelar que a jovem teria morrido na sequência de um tumor cerebral com quase dois quilos de peso.