Provavelmente, o melhor jogador português da atualidade


Bruno Fernandes tem destas coisas. Por comparação com outros atletas, parece quase enfezado. Mas corre do princípio ao fim e mesmo nos momentos complicados é capaz de fazer das fraquezas forças, de inventar qualquer coisa que deixa os amantes do futebol com a boca aberta de espanto. 


Tinha acabado de ouvir o relatador na rádio dizer que Bruno Fernandes parecia coxear um pouco. E pensei: “Oh diabo…”. Mas logo no minuto seguinte o médio do Sporting desferiu um violento remate que levou a bola à barra adversária. “Até daqui consigo ouvir a baliza a tremer!”, comentava o homem na rádio.

Bruno Fernandes tem destas coisas. Por comparação com outros atletas, parece quase enfezado. Mas corre do princípio ao fim e mesmo nos momentos complicados é capaz de fazer das fraquezas forças, de inventar qualquer coisa que deixa os amantes do futebol com a boca aberta de espanto. E os momentos complicados nestes dois anos e qualquer coisa que passou no Sporting foram mais que muitos. Neles, o jogador deu sempre o seu melhor, nunca baixando os braços e carregando a equipa às costas, com sacrifício e prejuízo próprio. Por isso é que se tornou, com toda a probabilidade, o melhor futebolista português da atualidade.

A sua contratação em 2017 à Sampdoria, por onde andava “escondido”, foi porventura o melhor legado que Bruno de Carvalho deixou ao seu sucessor. A sua venda agora por 55 milhões de euros (com um encaixe de 35 milhões para os leões) constitui um balão de oxigénio que permitirá a Varandas equilibrar as contas e respirar um pouco.

Claro que a equipa do Sporting vai ressentir-se da saída do seu melhor jogador. Mas havia alternativa? Manter esta “fera” acorrentada em Alvalade seria quase desumano. A transferência para Manchester é pois um prémio mais do que justo. Com a sua qualidade, a sua raça e o seu profissionalismo, já há muito que Bruno Fernandes merecia estar noutro patamar – e a melhor liga do mundo parece um palco adequado. Mas, acima de tudo, ele não merecia continuar a carregar aos ombros o fardo da responsabilidade de resolver todos os problemas do Sporting. Liberto desse peso, tem agora condições para brilhar à vontade.