1. A 6 de junho de 1944, a Europa só conseguiu ver-se livre de Hitler por que os Estados Unidos vieram à Normandia e desembarcaram homens e armas sob a direção de D. Eisenhower, esmagando o hitlerismo.
Em 1984, a “Iniciativa Estratégica de Defesa”, informalmente conhecido como “Star Wars”, assumiu-se como proposta do Presidente Ronald Reagan para construir um sistema defensivo de armas espaciais, capaz de impedir um ataque nuclear contra o território dos Estados Unidos e da Europa, por parte do bloco comunista e do “Pacto de Varsóvia”.
A “Guerra das Estrelas” teve como consequência o desmoronar da União Soviética (por incapacidade de resposta de uma economia obsoleta e de tecnologias ultrapassadas) e a libertação dos povos oprimidos da “cortina de ferro” junto com a queda do “muro de Berlin”.
Agora a ação dos Estados Unidos no Médio Oriente, face à recente tentativa de alastramento do regime de terror do Irão – depois da frouxidão hesitante de Obama e desse equívoco político monumental dos acordos remunerados – só poderia ter como epílogo o que aconteceu há dois dias: a declaração de guerra de Trump, ao desafio de guerra regional permanente por parte do Irão, no Iraque, no Líbano (através do Hezbollah, “Partido de Alá” ou “Partido de Deus”) contra os EUA e Israel.
A democracia e os Estados Unidos da América reafirmam assim ser o “polícia do mundo” e da manutenção da liberdade.
E mesmo a tentativa de destruição da força dos factos na comunicação social europeia, não passa de mera conduta débil, de uma Europa absolutamente irrelevante quanto à sua própria defesa nos dias de hoje, que apenas parece acordar com a consumação dos atentados regulares nas cidades europeias…
Nem a Europa no seu todo, nem a Alemanha, a Inglaterra ou a França dizem uma palavra, nem actuam sobre as fronteiras do Médio Oriente onde se joga hoje a segurança interna dos europeus.
Preferem, como fez uma França hoje sem matriz referencial na política exterior, aproveitar para criar mais um imposto detestado internamente, chamado de “fundo contra atentados” !!!
Os Estados Unidos, onde a força militar é comandada por uma democracia, continuam assim garantes contra forças militares comandadas pelo fanatismo religioso de ditadores averiguados.
“The world to which we wake up today, rid of its most accomplished and deadly terrorist, is a better place”, escrevia o New York Times por estes dias. Com toda a razão.
2. Um governo “gonçalvista” na atualidade, teria este discurso…
De vez em quando, o primeiro-ministro António Costa ou um dos seus proeminentes, vêm lembrar o país que são de esquerda.
Já não propõem nacionalizações, mas, agora como meros exemplos,
– juram pelo SNS, Serviço Nacional de Saúde, ao mesmo tempo que o mantém ligado à máquina,
– a título de “descarbonização” praticam extorsão fiscal na estrada a cada português circulante, passando o preço do gasóleo de 1,15€/litro em 2016, para 1,429€/litro em 2019, aumento apenas derivado de impostos,
– finalmente, revelam amiúde a sua crítica aos “patrões” privados.
Eis então, no esplendor de uma minoria governamental, a fronteira dos nossos dias entre o socialismo e a “direita”.
Na semana passada, esteve de turno à função, um ex-ministro de José Sócrates – Governo que “valorizou” imenso o empresariado durante aqueles fatídicos seis anos (2005/2011) – e que foi dizer a um encontro universitário em Coimbra, que um dos principais problemas das empresas portuguesas é “a fraquíssima qualidade da sua gestão” (O mesmo governo que meteu um padeiro num gabinete ministerial a tratar da proteção civil e andará confortado pela qualidade excecional do Estado como gestor na TAP, CP, Metro, Carris, STCP, Hospitais e por aí fora…)
Como nota Ulrike Rabmer-Kolller, presidente da SMEunited, a organização europeia que reúne os empresários, “as PME portuguesas sofrem dez vezes mais os constrangimentos da burocracia” que as grandes empresas. Mas disto não cuida o ministro.
E um dado do relatório é, a este propósito, especialmente revelador: “As PME portuguesas precisam de 243 horas por ano para tratar dos impostos, contra 171 das congéneres europeias”.
Portugal é o país com uma maior proporção de empresários (65%) a considerar que a única forma de ter sucesso nos negócios é ter ligações políticas, revela um inquérito divulgado recentemente pela Comissão Europeia, levado a cabo na UE.
Este valor combinado de 65% é o mais alto da UE, à frente da Roménia (63%) e de Itália (61%), enquanto no extremo oposto da lista apenas 11% dos dinamarqueses consideram que o mesmo sucede no seu país (e apenas 2% concordam em absoluto com essa ideia).
O ministro que assim veio falar do tecido produtivo nacional e dos empresários portugueses, aparece correntemente ao lado do Presidente da República em missões empresariais no estrangeiro.
Quem o ouvir falar nestas alturas, sabendo da mochila de princípios que carrega, evidentemente que decide logo ali ser masoquista vir para Portugal investir.
Portugal ao consentir em declarações deste tipo, parece às vezes, apenas querer dizer ao mundo: “gonçalvismo económico, welcome again”.
Jurista