Agressões no SNS. “Há um sentimento de total impunidade”

Agressões no SNS. “Há um sentimento de total impunidade”


SIM denuncia que há centros de saúde sem segurança.


Dois casos de agressões a médicos no SNS no espaço de uma semana levaram esta quinta-feira o Sindicato Independente dos Médicos a exigir medidas ao Governo, repto que já tinha sido feito pela ordem. Depois da agressão de uma médica em Setúbal no dia 27 de dezembro, o segundo incidente aconteceu na terça-feira, quando um homem de 21 anos agrediu com socos e pontapés um médico que lhe recusou a renovação da baixa no centro de saúde de Moscavide.

Esta quinta-feira, o mesmo jovem causou distúrbios no Prior Velho. Fonte da PSP confirmou ao i que foram chamados pela segurança. O utente tentou desta vez que o seu médico de família lhe renovasse o atestado e, perante a recusa, partiu para o insulto. O clínico não apresentou queixa.

Jorge Roque da Cunha, secretário-geral do SIM, que ontem questionou a ministra da Saúde sobre que medidas serão tomadas, lamenta o silêncio de Marta Temido e anúncios de “propaganda” em vez de soluções. “Há um total sentimento de impunidade”, diz ao i. “Era de esperar uma palavra de conforto e apoio às vítimas. Depois são necessárias medidas como planos de fuga dos gabinetes, apoio de advogado para dar seguimento às queixas, apoio psicológico e formação para gestão de conflitos”, continua, denunciando ainda que há centros de saúde sem segurança, por exemplo em Corroios. A tutela indicou ao i estar a “acompanhar com bastante preocupação estes atos de violência” e a estudar medidas. Em maio foram lançados projetos na Amadora que incluíam formação, “botões de pânico” ou equipas de intervenção rápida. A ARS de Lisboa e Vale do Tejo remeteu ao i uma avaliação para o segundo semestre. Até junho foram reportados 637 casos de violência contra profissionais no SNS.