2020 vai ficar marcado pelos congressos dos principais partidos de direita, que procuram refazer-se dos fracos resultados eleitorais, mas também do PCP que pode traduzir-se na despedida de Jerónimo de Sousa como secretário-geral.
O PSD vai eleger um novo líder já em janeiro. As eleições diretas estão marcadas para dia 11 e concorrem Rui Rio, que se recandidata a um segundo mandato, Luís Montenegro e Miguel Pinto Luz. O resultado é imprevisível apesar das muitas divergências internas durante a atual liderança e dos fracos resultados eleitorais nas europeias e legislativas.
Uma das principais diferenças entre Rui Rio e Montenegro é que o primeiro não rejeita acordos com António Costa. O ex-líder parlamentar, que herdou alguns dos apoiantes do passismo, já deixou claro que não viabilizará nenhum orçamento do Governo socialista, mesmo que isso conduza à realização de eleições antecipadas. Miguel Pinto Luz, vereador na câmara de Cascais e a cara menos conhecida dos portugueses, tem ganho protagonismo nestas eleições e garante que está nesta corrida para vencer.
Se nenhum dos candidatos conseguir mais de 50% dos votos haverá uma segunda volta no dia 18 de janeiro. O congresso está marcado para os dias 7, 8 e 9 de fevereiro em Viana do Castelo.
O CDS vai eleger o substituto de Assunção Cristas nos dias 25 e 26 de janeiro num congresso em Aveiro. Estão na corrida cinco candidatos: João Almeida, Francisco Rodrigues dos Santos, Filipe Lobo d’Ávila, Abel Matos Santos e Carlos Meira.
Os próximos tempos não serão fáceis para o partido fundado por Freitas do Amaral. O CDS passou de 18 para 5 cinco deputados e está numa situação financeira bastante complexa. O aparecimento de novos partidos como o Chega também não facilita a vida aos centristas que terão de encontrar uma nova estratégia para recuperar o apoio do eleitorado.
O PCP vai realizar o XXI congresso nos dias 27, 28 e 29 de novembro. Jerónimo de Sousa já admitiu que poderá despedir-se da liderança aos 72 anos, mas ainda não é claro quem o poderá substituir. João Oliveira, líder parlamentar, já garantiu que tem “a certeza quase absoluta” de que essa questão não se irá colocar. Os comunistas foram decisivos na criação da geringonça, mas também foram os primeiros a rejeitar acordos escritos nesta legislatura. O próximo congresso será importante para perceber o posicionamento do PCP em relação ao PS.
Os socialistas deverão realizar este ano o 23.º congresso nacional, mas ainda não está marcado. António Costa já avisou que está para durar e não descarta a hipótese de cumprir três mandatos à frente do Governo.