É certo que, infelizmente, pouco se ouve hoje em dia falar no orgulho que todos devemos sentir em ser portugueses. Pior: nas gerações mais jovens, mais se adensa esta realidade quando as crianças, ao serem injetadas por bandalheiras político-ideológicas como os Blocos de Esquerda e os Livres desta vida, ficam completamente confundidas com o lugar do nosso país no mundo e, sobretudo, com aquilo que representa e sempre representou o nosso código identitário nacional – o amor à pátria. E estou-me nas tintas para os que lendo estas frases me venham chamar fascista.
A pátria, o seu caráter histórico e social, os nossos traços identitários como nação, o comprometimento com a grandeza da nossa história, assumindo-a por inteiro, e o respeito pelos nossos símbolos nacionais são algumas rubricas que devem ser vetor de orientação de qualquer português.
Estão admirados por ainda haver pessoas que tendo 30 anos, como eu, o digam? Não fiquem. Não fiquem porque isto não é só composto por gente que, não compreendendo que a nacionalidade não é um mero papel, a única coisa que demonstram é que precisam de ajuda.
O que esta semana senti ao ler, na íntegra, os projetos de lei do BE e do Livre sobre a nacionalidade foi nojo. Como é possível que meia dúzia de pessoas se atrevam a querer destruir a base identitária do nosso povo? Como é possível que deputados que se sentam na mais importante casa da nação não saibam sequer o significado dessa palavra? Como é possível que se proponha que deva ser português quem no nosso país nasça nem que seja por mero acaso? E, sobretudo, como é possível existirem deputados que proponham que deve bastar um certificado de uma qualquer junta de freguesia comprovando uma união de facto para que essa dê a alguém o acesso à nacionalidade portuguesa? Pergunto-me ainda: não haverá no BE e no Livre qualquer noção de ridículo?
Talvez seja hora, e já vem tarde, de estes partidos ganharem vergonha das alarvidades que proferem. Enquanto não a ganharem, teremos de ser nós a ter vergonha por eles, vergonha essa que a longo prazo se transforma em despeito ou mesmo repulsa. Como repulsa senti perante a defesa da honra solicitada pela deputada do Livre perante o que ouviu no parlamento. Ó senhora deputada, mas defesa da honra de quê? Desde quando é que um deputado merece poder solicitar a defesa da sua honra pessoal quando, no exercício das suas funções, não respeita primeiramente a honra do país que representa?
Sirvam o país! Sirvam o país e deixem de se servir dele para propagar a vossa ideologia doentia e desprovida de qualquer orgulho nacional. Já se esqueceram todos das fotografias tiradas no pós-eleições, perto de bandeiras que não a portuguesa? E o episódio em que a senhora deputada recém-eleita criticou um quadro que se encontra nas paredes da AR por, no seu entendimento, ser demonstrativo de que Portugal continua a ser colonialista, racista, não sei quê, não sei que mais, já se esqueceram?
Pois eu não me esqueço. Não me esqueço e, como tive oportunidade de escrever, só pormenores como esses deviam dar lugar a perda de mandato imediata. Portugal tem uma grandiosa história. E o ser português é assumi-la na sua totalidade, nas virtudes e nos defeitos, com o mesmo vigor e orgulho. Com a nacionalidade o sentimento, tem de ser o mesmo. É a mais sagrada das características de qualquer cidadão de um qualquer território, não podendo assim ser desbaratada. Quem não respeitar o seu país não sabe respeitar-se a si próprio e, não sabendo respeitar-se a si próprio, não merece o respeito dos seus concidadãos.