Mulher transexual ficou fora do mundial feminino de andebol porque colegas não a queriam no balneário

Mulher transexual ficou fora do mundial feminino de andebol porque colegas não a queriam no balneário


Atleta não percebeu porque não tinha sido convocada e acabou a descobrir veto das companheiras de equipa.


As colegas da jogadora de andebol australiana Hannah Mouncey, atleta transexual, exigiram que esta não participasse no Mundial de Andebol, no Japão, porque não a queriam nos balneários femininos. Tudo aconteceu quando Hannah quis perceber o porquê de estar de fora da convocatória e acabou a descobrir o veto das jogadoras.

Segudo o El país, foi com 23 anos que Hannah se estreou na equipa de andebol. Na altura, ainda era Callum, um atleta talentoso de 1,90 m e 100 quilos. Pouco depois, aos 24 anos, Hannah Moucey iniciou o processo para mudar de sexo.

Agora, seis anos depois de competir no Mundial de Andebol na categoria Masculina, e com 30 anos, queria estar no Japão a disputar o Mundial feminino, que começou no fim de semana passado.

"Nunca me senti parte do grupo. Conversei com a treinadora muitas vezes e ela dizia-me que era a melhor pivot da equipa", revelou, citada pela publicação espanhola.

"Parece que meia dúzia de jogadoras reclamaram que não queriam que eu usasse os mesmos balneários que elas (…) A razão oficial que deram para a minha exclusão foi uma suposta má forma física, mas a própria treinadora reconheceu que esse não era o motivo real", denunciou, garantindo ainda que passou em todos os testes físicos.

A Federação Australiana de Andebol ja reagiu e nega que a exclusão da atleta esteja relacionada com qualquer tipo de discriminação sexual.

"Existe um comité de seleção e posso confirmar, como presidente desse órgão, que essa alegada questão dos chuveiros não fez parte das discussões", disse Bronwyn Thompson, secretário-geral da Federação, recusando-se a revelar mais pormenores sobre o assunto por questões de “confidencialidade”.

"Escrevi um email à Hannah quando vi um tweet dela depois de a lista de jogadoras convocadas para o Mundial ter sido conhecida, mas ela não me respondeu. Ela podia ter feito uma reclamação e não o fez”, disse.

A jogadora diz que não sabia que podia recorrer e, ao mesmo tempo, considera que seria desnecessário.

"Para quê? Quem quer fazer parte de uma equipa que não te aceita como és?", questionou.

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