Debates mensais? Óbvio, Rio e Costa estão apavorados com Ventura


Comenta-se pelos mentideros parlamentares que está certa a reformulação dos debates plenários com o primeiro-ministro, que passarão do atual regime quinzenal para mensal, numa clara demonstração de que tanto Costa como Rio, embora por motivos diferentes, estão verdadeiramente apavorados com André Ventura e sem qualquer estratégia política que não passe pela fuga. Fuga e a…


Comenta-se pelos mentideros parlamentares que está certa a reformulação dos debates plenários com o primeiro-ministro, que passarão do atual regime quinzenal para mensal, numa clara demonstração de que tanto Costa como Rio, embora por motivos diferentes, estão verdadeiramente apavorados com André Ventura e sem qualquer estratégia política que não passe pela fuga. Fuga e a grande velocidade. Costa tem sido toda a vida um dos maiores artistas da cena política nacional, transformando-se, de há quatro anos a esta parte, no Houdini português, parecendo ter sempre uma qualquer carta na manga ou truque de ilusionismo.

O que acontece é que Ventura não está para feitiços. Ou é ou não é. E o que é é, e o que não é não passa a ser. Assim foi, por exemplo, quando Ventura o confrontou com a degradação do material e equipamento das nossas forças de segurança, afirmando que tinham de ser os agentes a adquirir, a expensas próprias, muito dele. Costa veio dizer que não era verdade e Ventura apresentou as faturas que o comprovavam.

O mesmo sucedeu quando Ventura relembrou Costa de que tinha dito aos professores para emigrarem. Este, por sua vez, respondeu com cara de espanto que tal não era verdade, e as televisões, no próprio dia, se apressaram a avivar a memória seletiva do primeiro-ministro. Ou seja, Costa tem plena noção de que, com Ventura, quanto mais falar, menos as suas alquimias funcionam. Portanto, é fugir e a sete pés. Rui Rio, por sua vez, tem plena noção de que não pode nem consegue rivalizar com Ventura seja no estilo seja no conteúdo.

Dessa forma, cada vez que fala é mais um voto que o PSD perde para o Chega, pelo evidente abafo que leva seja em que matéria for. Ninguém leva a mal, porque quem dá o que tem a mais não é obrigado. Aliás, o Chega agradece. No entanto, convenhamos que para um homem que se candidatou a primeiro-ministro, e que ainda acalenta a esperança de o ser se, antes, o seu próprio partido não o impedir, furtar-se ao debate, tanto quanto se comenta porque cozinhou com Costa este caldinho, é manifestamente confrangedor. Eu percebo o Governo. Não concordo, abomino até, mas percebo.

Costa governa e, como tal, não está para ser politicamente entalado todos os 15 dias. Já Rio vai afogar-se no seu próprio leito. E esquece-se de um pormenor. É que as boias BE, PCP, PAN e, eventualmente, Livre, o único a quem admitirão fazer flutuar é a Costa. Aquela que nas cabeças do primeiro-ministro e do líder do PSD parece estar a ser entendida por ambos como uma win-win situation acabará por conduzi-los a um cenário de game over. Por último, e por falar em fim de linha, quanto ao CDS já nem sei bem o que comentar, tal o evidente desnorte em que se encontra. Parece já nem ter sequer liderança. Nem boa nem má. Não tem. Talvez por isso, esta possibilidade pareça tanto lhe dar como se lhe deu.

Acresce ainda que é já demasiado evidente, para não dizer ridícula, a colagem que o CDS tem feito às bandeiras do Chega, as quais sempre criticou e a que nunca antes ligou nenhuma. O problema do CDS, que mais uma vez o Chega agradece, é olvidar que os portugueses sabem facilmente distinguir o original de uma cópia, como, de resto, os assobios que Telmo Correia ouviu na manifestação dos polícias atestaram. Em resumo, estão todos com miaúfa de André Ventura. Estão, e bem. Porque André Ventura veio para ficar.
 
Escreve à sexta-feira


Debates mensais? Óbvio, Rio e Costa estão apavorados com Ventura


Comenta-se pelos mentideros parlamentares que está certa a reformulação dos debates plenários com o primeiro-ministro, que passarão do atual regime quinzenal para mensal, numa clara demonstração de que tanto Costa como Rio, embora por motivos diferentes, estão verdadeiramente apavorados com André Ventura e sem qualquer estratégia política que não passe pela fuga. Fuga e a…


Comenta-se pelos mentideros parlamentares que está certa a reformulação dos debates plenários com o primeiro-ministro, que passarão do atual regime quinzenal para mensal, numa clara demonstração de que tanto Costa como Rio, embora por motivos diferentes, estão verdadeiramente apavorados com André Ventura e sem qualquer estratégia política que não passe pela fuga. Fuga e a grande velocidade. Costa tem sido toda a vida um dos maiores artistas da cena política nacional, transformando-se, de há quatro anos a esta parte, no Houdini português, parecendo ter sempre uma qualquer carta na manga ou truque de ilusionismo.

O que acontece é que Ventura não está para feitiços. Ou é ou não é. E o que é é, e o que não é não passa a ser. Assim foi, por exemplo, quando Ventura o confrontou com a degradação do material e equipamento das nossas forças de segurança, afirmando que tinham de ser os agentes a adquirir, a expensas próprias, muito dele. Costa veio dizer que não era verdade e Ventura apresentou as faturas que o comprovavam.

O mesmo sucedeu quando Ventura relembrou Costa de que tinha dito aos professores para emigrarem. Este, por sua vez, respondeu com cara de espanto que tal não era verdade, e as televisões, no próprio dia, se apressaram a avivar a memória seletiva do primeiro-ministro. Ou seja, Costa tem plena noção de que, com Ventura, quanto mais falar, menos as suas alquimias funcionam. Portanto, é fugir e a sete pés. Rui Rio, por sua vez, tem plena noção de que não pode nem consegue rivalizar com Ventura seja no estilo seja no conteúdo.

Dessa forma, cada vez que fala é mais um voto que o PSD perde para o Chega, pelo evidente abafo que leva seja em que matéria for. Ninguém leva a mal, porque quem dá o que tem a mais não é obrigado. Aliás, o Chega agradece. No entanto, convenhamos que para um homem que se candidatou a primeiro-ministro, e que ainda acalenta a esperança de o ser se, antes, o seu próprio partido não o impedir, furtar-se ao debate, tanto quanto se comenta porque cozinhou com Costa este caldinho, é manifestamente confrangedor. Eu percebo o Governo. Não concordo, abomino até, mas percebo.

Costa governa e, como tal, não está para ser politicamente entalado todos os 15 dias. Já Rio vai afogar-se no seu próprio leito. E esquece-se de um pormenor. É que as boias BE, PCP, PAN e, eventualmente, Livre, o único a quem admitirão fazer flutuar é a Costa. Aquela que nas cabeças do primeiro-ministro e do líder do PSD parece estar a ser entendida por ambos como uma win-win situation acabará por conduzi-los a um cenário de game over. Por último, e por falar em fim de linha, quanto ao CDS já nem sei bem o que comentar, tal o evidente desnorte em que se encontra. Parece já nem ter sequer liderança. Nem boa nem má. Não tem. Talvez por isso, esta possibilidade pareça tanto lhe dar como se lhe deu.

Acresce ainda que é já demasiado evidente, para não dizer ridícula, a colagem que o CDS tem feito às bandeiras do Chega, as quais sempre criticou e a que nunca antes ligou nenhuma. O problema do CDS, que mais uma vez o Chega agradece, é olvidar que os portugueses sabem facilmente distinguir o original de uma cópia, como, de resto, os assobios que Telmo Correia ouviu na manifestação dos polícias atestaram. Em resumo, estão todos com miaúfa de André Ventura. Estão, e bem. Porque André Ventura veio para ficar.
 
Escreve à sexta-feira