Lula da Silva, ex-presidente do Brasil, assumiu este sábado ser contra a reeleição de líderes políticos. E por uma razão muito simples. "Na minha cabeça, cada vez que um dirigente político começa a crer-se imprescindível ou insubstituível, começa a nascer dentro dele a ideia de um pequeno ditador, e isso eu não posso aceitar", frisou o antigo líder brasileiro durante a sua intervenção no primeiro dia do congresso nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), que vai decorrendo em São Paulo.
Sem nomear ninguém, Lula da Silva quis ainda assim reafirmar a posição do PT sobre a necessidade de uma alternância no poder, lembrando o que o próprio fez em 2010, quando no final do seu segundo mandato lançou a candidatura de Dilma Rousseff, que se tornaria depois a primeira mulher a chegar à presidência do país. "Se existe um partido identificado com a democracia no Brasil, é o PT. O PT nasceu lutando pela liberdade durante a ditadura e tivemos gente perseguida e presa; não foi agora a primeira vez que estive preso, fui preso em 1970 e em 1980", lembrou.
O antigo líder sindical acabaria por fazer menções diretas a Jair Bolsonaro, defendendo que o atual presidente do Brasil "é todo o oposto do PT" e ainda que "está a destruir tudo o que o PT e as formações de esquerda construíram". Lula da Silva, recorde-se, saiu no último mês em liberdade, após um ano e sete meses preso por suspeitas de corrupção.