Jair Bolsonaro afirmou, esta quarta-feira, que a desflorestação e os incêndios vão sempre existir por fazerem parte da “cultura” brasileira. O comentário foi feito dois dias depois de o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) revelar que a desflorestação da Amazónia brasileira sofreu um aumento de 29,5% entre agosto de 2018 e julho deste ano, quando comparado com o período homólogo do ano anterior.
"Você não vai acabar com o desmatamento [desflorestação] nem com queimadas, é cultural", garantiu o Presidente brasileiro à saída da sua residência. O instituto esclarece que a floresta, a maior do mundo, perdeu 9.762 quilómetros quadrados de vegetação, atingindo assim o maior nível de desflorestação registados desde 2008.
Apesar de não ter apresentado informações que corroborassem a acusação, Bolsonaro acrescentou ainda que, no período de Marina Silva – ministra do Ambiente entre 2003 e 2008 –, o Brasil teve “a maior quantidade de ilícitos na região amazónica”.
Embora durante a sua gestão tenham sido registados cerca de 28 mil quilómetros de vegetação ardida, em 2004, a então ministra apoiou o monitoramento por satélite e aumentou o efetivo de agentes de fiscalização, uma medida que fez a taxa de desflorestação reduzir 80% até 2012, quando os números voltaram a subir.