O BCP aumentou os lucros em 5% para 270,3 milhões até setembro. Trata-se, no entender, do presidente executivo do banco, Miguel Maya, dos” melhores resultados dos primeiros nove meses de um ano dos últimos 12 anos”, apesar do “contexto desafiante macroeconómico” que o setor atravessa, revelou em conferência de imprensa.
Na operação em Portugal, a margem financeira aumentou ligeiramente para cerca de 600 milhões de euros, com o CEO a revelar que “o bom desempenho da atividade em Portugal foi determinante para a evolução do resultado líquido do grupo, na medida em que o contributo da atividade internacional nestes primeiros nove meses do ano se revelou inferior ao apresentado em igual período de 2018”.
A margem financeira cresceu 9,5% nos primeiros nove meses do ano para 1153 milhões de euros, enquanto as comissões subiram 1,8% para 519,1 milhões de euros.
A instituição financeira contava, em setembro, com 4,6 mil milhões de euros em ativos problemáticos, ou seja, menos 1,7 mil milhões de euros face a setembro de 2018.
Os custos operacionais foram de 808 milhões de euros, mais 8,9%, não estando aqui contabilizados os designados “itens não habituais”. Com estes efeitos extraordinários incluídos, os custos do BCP aumentaram 12,3% para 847,3 milhões de euros.
Estes custos não habituais são de 39,3 milhões de euros, o que o banco atribui a 12,4 milhões de euros de compensação de ajuste temporário em Portugal (devolução dos salários aos trabalhadores), 12 milhões de euros de custos de reestruturação em Portugal e 14,9 milhões de custos de integração do Euro Bank (o banco que o BCP comprou na Polónia).
Já os recursos de clientes aumentaram 10,1% para 80,2 mil milhões de euros, com os depósitos a prazo a reduzirem-se 2% para 24,4 mil milhões de euros e os depósitos à ordem a aumentarem 22,6% para 35,2 mil milhões de euros. O crédito a clientes aumentou 6,9% para 54,7 mil milhões de euros, tendo aumentado em Portugal 1,1% para 37,2 milhões de euros.
O banco destacou o crédito a empresas, referindo que representou 47% do crescimento do crédito performing [do total de 1400 milhões de euros] face aos primeiros nove meses de 2018”.
Custos preocupam
Para Miguel Maya, os custos são “uma preocupação” e o banco tem de continuar a manter a eficiência, justificando despesas com a transformação digital.
“Os custos [recorrentes] são uma preocupação. Aumentámos 164 pessoas desde o início do ano, é normal que quando estamos a reforçar haja aumento dos custos recorrentes, quando fazemos transformação para o digital”, afirmou em conferência de imprensa. A instituição financeira contava com 7259 trabalhadores em Portugal em setembro, mais 164 do que em dezembro de 2018. Já face a junho houve uma redução de cinco pessoas.
Quanto a agências em Portugal, eram 526 em setembro, menos 20 face ao final de 2018. No entanto, em relação ao fecho de balcões, Maya disse que não há uma estratégia definida e que é feita uma avaliação caso a caso. “Não é [dizer] vamos fechar sucursais. Qualquer gestor tem de perceber que postos mantemos abertos, que postos fechamos, tem que ver com a rendibilidade. Todos os meses analisamos a rendibilidade” de cada agência, referiu, dizendo que enquanto umas fecham, há outras que têm sido abertas.