No total, foram libertadas, esta segunda-feira, 259 pessoas de um centro de detenção ilegal, localizado numa mesquita em Ibadan, no sudoeste da Nigéria, de acordo com as autoridades locais, responsáveis pela libertação dos escravos.
No local, estavam 34 mulheres, 191 homens, 11 crianças e “23 doentes que supostamente foram presos e acorrentados entre dois e dez anos”, de acordo com o comissário da polícia, Shina Olukolu, citado pela imprensa local.
Um jovem de 17 anos, que tinha escapado de um centro de detenção ilegal nas proximidades, alertou as autoridades para o que se passava dentro do centro. “O jovem disse que as vítimas eram maltratadas e mal alimentadas, eram tratadas como escravas e faziam trabalho forçado”, explicou Olukolu aos jornalistas. “Quando a polícia chegou ao local, descobrimos homens e mulheres jovens mantidos em cativeiro numa espécie de masmorra”, declarou o comissário.
Nove pessoas foram detidas pelas autoridades. Os centros de detenção ilegal, na sua grande maioria muçulmanos, têm-se mostrado um problema. Apesar de assegurarem serem centros correcionais e os pais enviarem os filhos com o intuito de os ver abandonar certos hábitos, como o consumo de drogas ou conseguir que algumas atitudes e comportamentos sejam alterados, os trabalhadores de muitos centros acabam por mal tratar os jovens, escravizá-los e agredi-los como forma de reabilitação.
Já em setembro, em Kaduna, no norte do país, foram encontradas 300 pessoas escravizadas, com correntes nos tornozelos e submetidas a tortura.
O Governo nigeriano garantiu querer acabar com estas práticas e sublinhou que “nenhum Governo democrático responsável toleraria a existência de câmaras de tortura e abusos físicos de doentes como forma de reabilitação”.