Uma operação da Guarda Civil lançada esta segunda-feira e ordenada pelo Tribunal Central de Instrução espanhol prendeu nove independentistas catalães que, alegadamente, planeavam atentados com explosivos na altura do segundo aniversário da realização do referendo pela independência da Catalunha, a 1 de outubro.
Os suspeitos fazem parte de uma ala radical do Comité de Defesa da República (CDR) e foram detidos em diferentes municípios catalães, de acordo com o jornal catalão La Vanguardia. Segundo o El País, o Ministério Público espanhol identifica-os como “um grupo terrorista” e diz ter agido com a “certeza” de que pretendiam realizar ações violentas entre 1 de outubro e o anúncio do julgamento do processo. Citado pelo El País, o Ministério Público afirmou que o grupo foi preso para “abortar o projeto que poderia ter causado danos irreparáveis”.
Segundo a Guarda Civil, os suspeitos armazenavam material que poderia ser usado para fabricar explosivos: ácido sulfúrico, parafina, alumínio em pó, entre outros materiais.
O Juntos pela Catalunha e a Esquerda Republicana da Catalunha, partidos soberanistas, questionaram as detenções, argumentando não haver provas. Ao invés, acusam de se querer criminalizar o independentismo. “A repressão continua a ser a única resposta do Estado espanhol. Estão a tentar reconstruir uma história de violência antes das sentenças. Não vão conseguir. O movimento de independência é e sempre será pacífico”, escreveu no Twitter o presidente da Generalitat, o governo catalão, Quim Torra.
A CDR reagiu através da mesma rede social, anunciando mobilizações: “A máquina e as forças repressivas do reino espanhol coloca-nos em destaque. Por mais que façam buscas indiscriminadas e detenções arbitrárias, não impedirão um povo convicto e combativo”.