Adolf Hitler war auch Vegetarier


 Banir, em vez de reduzir ou moderar, o consumo de carne nas cantinas universitárias – mesmo assegurando-se de que tudo será feito com acompanhamento de nutricionistas – é um disparate.


Pois parece que sim. Há quem diga que não, e que tudo não passou de mais uma construção propagandística do maquiavélico Goebbels, mas há quem garanta que sim, mesmo que o fosse apenas por seguidismo e idolatria cega de Wagner. Seja como for, diz-se que era. Não sei se Amílcar Falcão é ou não vegetariano, vegan ou sequer se a ordem para banir a carne de vaca das refeições servidas nas cantinas da Universidade de Coimbra também já se aplica ou vai aplicar na casa dele. Amílcar Falcão é reitor da Universidade de Coimbra e anunciou esta semana, na abertura do novo ano letivo, que a partir de janeiro não há mais carne de vaca nos pratos servidos aos estudantes. Foi ele quem o decidiu – embora garanta que tem o apoio dos alunos (diz que concertou tudo com a associação académica). E, seguramente, conta também com o apoio do fechado séquito de professores que seguem e idolatram os nossos magníficos reitores. Com apelido da ave de rapina mais rápida do mundo, o reitor devia ter evitado a precipitação e ter ponderado qual a melhor forma de uma universidade – a sua – dar um real contributo para a sociedade e para a formação dos seus alunos na redução da pegada ecológica e na preservação do planeta. Banir, em vez de reduzir ou moderar, o consumo de carne nas cantinas universitárias – mesmo assegurando-se de que tudo será feito com acompanhamento de nutricionistas – é um disparate. Revela, no mínimo, desconhecimento do importante contributo que os animais de pasto, como os bovinos, podem dar para a redução das emissões de carbono, desde que criados em condições de sustentabilidade. Ora, esse é o contributo que uma universidade deve dar aos seus alunos e à sociedade: soluções de sustentabilidade e de aplicação do conhecimento ao serviço de um planeta ecologicamente mais salvaguardado, mas próspero. A prosperidade tem de assentar na defesa do planeta. Não em proibições absurdas nem com o retrocesso às ecoaldeias que fazem lembrar a pré-história. O ser humano inventou o fogo para cozinhar a carne. Nenhum ecossistema é equilibrado sem predadores. Defender a natureza nunca passou por contrariá-la, mas sim por respeitá-la. O homem não é um animal ruminante nem herbívoro. E distingue-se dos outros pela inteligência e pelo conhecimento. Ai, Coimbra!