Iniciativa Liberal quer privatizar RTP. “Uma máquina de propaganda”

Iniciativa Liberal quer privatizar RTP. “Uma máquina de propaganda”


“É um instrumento de controlo de informação por parte do poder político”, diz presidente do partido.


A Iniciativa Liberal (IL) defende a privatização da RTP. A medida está incluída no programa eleitoral do partido, que prevê a privatização de “empresas públicas ineficientes”. 

Ao i, o presidente da IL explica que “não faz sentido os portugueses verem a sua fatura de eletricidade agravada para alimentar uma máquina de propaganda”. Carlos Guimarães Pinto defende que “a RTP, como se tem demonstrado por várias vezes, é apenas um instrumento de controlo de informação por parte do poder político”. 

A privatização da RTP constava do programa eleitoral do PSD em 2011, mas os centristas acabaram por travar a medida defendida por Passos Coelho. O então Presidente da República conta, na segunda parte do livro Quinta-feira e Outros Dias, que “a vontade do primeiro-ministro em resolver o problema do futuro da RTP até ao final de 2012 não se concretizou devido ao CDS”. Cavaco Silva relata uma conversa em que, perante “a determinação do primeiro-ministro” em avançar com esta medida, chamou a atenção para “os custos políticos de uma tal decisão, o que não deixaria de dificultar a ação do Governo em domínios mais importantes para o futuro do país”. Passos Coelho não ficou convencido e respondeu que a privatização era essencial para “pôr fim à influência dos Governos na televisão”.

A Iniciativa Liberal defende também a privatização da Caixa Geral de Depósitos. “No banco público são sempre os contribuintes a pagar e os responsáveis pela má gestão nunca têm absolutamente nada a perder. Só em 2017 custou 4 mil milhões de euros de recapitalização”, disse o líder da IL ao jornal Eco. 

O programa da IL defende que é preciso “retirar o Estado da economia e libertar os contribuintes” para que Portugal volte a ter níveis de crescimento aceitáveis. “Vivemos num regime de asfixia fiscal, com excesso de burocracia e poder do Estado sobre a vida das pessoas. Este ciclo só pode ser quebrado inovando a forma de fazer política e trazendo uma efetiva alternativa ao socialismo”, lê-se no documento. O novo partido inaugura hoje um cartaz com o programa eleitoral na Alameda Dom Afonso Henriques.