Com o mercado de transferências fechado na grande maioria dos países é tempo de fazer balanços, particularmente no que respeita aos milhões que andaram para lá e para cá nos cofres dos grandes clubes europeus. Com especial incidência para Espanha, o país onde menos temor houve em abrir os cordões à bolsa.
Pode verificar-se isso mesmo quando se olha para o top-10 dos clubes que mais gastaram por todo o mundo (à direita, em baixo): os três primeiros pertencem a La Liga – mais o Sevilha, que aparece em sétimo entre os mais gastadores. Desta feita, e depois de um verão de 2018/19 quase inativo no reforço do plantel (apesar da saída de Cristiano Ronaldo para a Juventus), Florentino Pérez decidiu reassumir o papel de maior agitador do mercado e, como tal, recolocar o Real Madrid no topo destas contas.
Foram, ao todo, 307 os milhões gastos pelos merengues, 100 dos quais gastos em apenas um atleta: Hazard, ex-Chelsea. Jovic (60 milhões), Éder Militão (50 milhões, a grande maioria para os cofres do FC Porto), Mendy (48 milhões) e Rodrygo (45 milhões) foram os outros grandes investimentos dos blancos.
Logo a seguir vem o Barcelona, com 255 milhões gastos essencialmente com as contratações de Griezmann (120) e Frenkie De Jong (75). Pouco menos (243) despendeu o Atlético de Madrid, protagonista ainda assim da maior transferência do defeso: os 126 milhões de euros pagos ao Benfica para assegurar a contratação de João Félix, no que se tornou desde logo a quarta maior transferência da história do futebol.
São mais de 800 milhões de euros gastos por apenas três clubes, que quase ascendem aos mil milhões se juntarmos a esta equação o Sevilha, agora orientado por Julen Lopetegui, com 155 milhões divididos por dezena e meia de reforços – entre os quais o português Rony Lopes (25) ou o ex-FC Porto Óliver (12). Juventus, Manchester City, Manchester United, Inter de Milão, Arsenal e o recém-promovido Aston Villa (talvez o nome mais surpreendente desta tabela) completam o top-10.
Águias de papo cheio
Nestas contas, já se sabe, dificilmente se conseguirá encontrar uma equipa portuguesa, ao contrário do que acontece nas listas de clubes que mais dinheiro encaixam com transferências. Como é o caso do Benfica: neste mercado de verão 2019/20, as águias surgem em quarto lugar nesse particular, com um total de 188 milhões de euros – aos 126 de João Félix juntam-se 38 da venda de Raúl Jiménez ao Wolverhampton, 9,5 de André Carrillo para o Al Ahli, nove ainda referentes à mudança de Jovic do Eintracht Frankfurt para o Real Madrid e sete de Salvio para o Boca Juniors.
Aqui, a lista é liderada pelo Atlético de Madrid, que além de Griezmann, conseguiu ainda vender Lucas Hernández por um valor recorde (o Bayern nunca tinha chegado aos 80 milhões por nenhum jogador) e Rodri para o Manchester City por 70 milhões. No Ajax, a excelente campanha na Liga dos Campeões acabou por causar várias “baixas”: De Ligt transferiu-se para a Juventus por 85.5 milhões de euros e o já referido Frenkie de Jong para o Barcelona por 75 milhões. A Juventus surge em terceiro, com a sua maior venda a falar português: o Manchester City pagou 65 milhões para ter João Cancelo, na transferência que fecha (por agora) o top-10 deste verão.