As doenças cardiovasculares constituem a principal causa de morte nas pessoas de meia idade, em todos os países, porém, nas nações mais ricas, os casos de cancro duplicaram e esta patologia mata mais. A conclusão é do estudo Prospective Urban Rural Epidemiology (PURE), levado a cabo pelo Population Health Research Institute (PHRI) da Universidade de McMaster, no Canadá. Esta investigação foi publicada na revista médica The Lancet e é importante referir que visou o estudo de mais de 160 mil adultos,com idades compreendidas entre os 35 e os 70 anos, durante nove anos e meio.
"O facto de o cancro matar duas vezes mais que as doenças cardiovasculares, nos países ricos, indica uma transição nas causas de morte predominantes" explicou Salim Yusuf, investigador principal do estudo e docente na Universidade de McMaster, ao site MedicalXpress. "Enquanto as doenças cardiovasculares diminuem devido à prevenção e ao tratamento, é provável que o cancro se torne a principal causa de morte no futuro" avançou ainda, acrescentando que a taxa de mortalidade elevada nos países mais pobres não se deve aos fatores de risco mas sim à reduzida qualidade dos serviços de saúde.
Sublinhe-se que os países ricos, considerados no estudo, foram o Canadá, a Arábia Saudita, a Suécia e os Emirados Árabes Unidos; os de classe média constituíram a Argentina, o Brasil, o Chile, a China, a Colômbia, o Irão, a Malásia, a Palestina, as Filipinas, a Polónia, a Turquia e a África do Sul enquanto os pobres foram o Bangladesh, a Índia, o Paquistão, a Tanzânia e o Zimbabwe.