À margem da visita que realizou, esta quinta-feira, ao primeiro templo Mórmon em Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa esclareceu a comunicação social acerca de algumas dúvidas relativas às eleições legislativas do próximo dia 6 de outubro. Naquilo que diz respeito à posição do primeiro-ministro António Costa, que rejeitou uma coligação formal com os partidos de esquerda, o Presidente da República foi assertivo: "Essa é uma escolha dos portugueses, os portugueses é que devem escolher o que querem para o governo do país e para a composição do parlamento" declarou, acrescentando que a palavra de ordem é esperar: "Vamos esperar, vamos dar a palavra aos portugueses, o que posso fazer é apelar, uma vez mais aos portugueses, para que votem. Não se desinteressem".
Sobre os gastos relativos às campanhas eleitorais, e sublinhe-se que os partidos contam gastar 8,1 milhões de euros, o dirigente apelou a que gastem "o menos possível", deixando claro que não pode interferir nas restantes temáticas: "Tudo o resto, espero tranquilamente e não posso, nem devo ter preferências, como Presidente. Como cidadão, tenho o meu voto" realçou Rebelo de Sousa que comparou o sistema político português aos restantes da União Europeia naquilo que concerne à instabilidade. "No fundo, aquilo que um Presidente pode desejar é que não tenhamos entre nós aquilo que vemos de mudança de chefias de governo e de mudanças de governo e de eleições sucessivas legislativas que, infelizmente, tem sido o dia-a-dia na União Europeia" explicou aos jornalistas.
Para além disso, o chefe de Estado não esqueceu as várias soluções de governo possíveis no ordenamento português e mostrou-se confiante na "imaginação dos portugueses" que vai encontrar "aquela que vai prevalecer". Recorde-se que, na quarta-feira, em entrevista à TVI e à TVI24, António Costa rejeitou a possibilidade de formar uma coligação com os atuais parceiros de esquerda e adiantou que essa hipótese seria "mais instável" e "absolutamente impossível".