Começou esta terça-feira a reposição das areias nas praias da Costa da Caparica e de S. João da Caparica, em Almada. As praias serão intervencionadas rotativamente, de forma a permitir a utilização das restantes.
Esta intervenção começou nas praias da Saúde e Nova pelas 11 horas de ontem. A obra de proteção costeira tem como objetivo a salvaguarda de pessoas e bens através de uma melhoria da proteção da costa contra o desgaste e destruição provocados pela força das águas.
O objetivo é que a zona de rebentação da ondulação fique mais afastada da linha de costa, de modo a evitar a perda de território.
Para a realização da empreitada foram aproveitadas as areias retiradas do Canal da Barra Sul, na entrada do estuário do Tejo, que são posteriormente colocadas nas praias.
No total serão recolhidos, transportados e colocados nas praias cerca de um milhão de metros cúbicos, distribuídos entre a Nova Praia e o final da praia de S. João da Caparica.
O prazo de execução dos trabalhos é de 60 dias. Em comunicado às redações, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) explica que as obras “têm de ser executadas no período de verão pois é a altura, por razões técnicas e operacionais, em que as condições de agitação marítima são as mais favoráveis”.
José Ricardo Dias Martins, presidente da Junta de Freguesia da Costa da Caparica, em declarações ao i, esclarece que apenas existirão “períodos de encerramento entre 300 a 500 metros, no máximo, durante três a seis dias”.
As praias serão assim intervencionadas à vez e estarão com acesso condicionado apenas por um curto período de tempo. Isto permitirá o normal acesso das restantes praias durante o tempo que decorrerem as obras.
O presidente da Junta de freguesia da Costa da Caparica confirmou que a areia reposta nas praias “é de muito boa qualidade” e que a “ondulação necessária às obras só ocorre entre julho e setembro. Se havia outro timing para fazer as obras? Se calhar haveria, se o mar o permitisse. O timing ideal é este”, disse em resposta às críticas de que os trabalhos decorrem precisamente na época em que as praias são mais procuradas.
Questionado sobre os constrangimentos que as obras trarão aos veraneantes, o presidente da Junta não teve dúvidas em afirmar que estes serão quase nulos, “visto que só terão de andar 100 ou 200 metros para um lado ou para o outro para a praia estar disponível”.
Durante o período da empreitada quem utilizar a aplicação da APA – Info Praia – poderá saber quais as praias que estarão com trabalhos e, como tal, condicionadas.
O investimento total da parceria entre a APA e a APL S.A. será de cerca de 5,8 milhões de euros e será financiada por fundos comunitários do Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso dos Recursos (POSEUR).
José Ricardo Dias Martins abordou também este tema do custo da reposição da areia das praias da Costa da Caparica. Segundo o responsável, é de pensar “que se dividirmos o valor total pela população portuguesa toda, ficará 20 cêntimos a cada português. Se dividirmos isto pelos metros cúbicos de areia que vamos colocar nas praias, custará cinco euros cada metro cúbico”.
E rematou afirmando que “quando está em causa a proteção de pessoas e bens, o custo não deve ser incluído”.