Em novas declarações à imprensa, a partir de Aveiras de Cima, na Azambuja, o advogado e porta-voz do Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas, Pedro Pardal Henriques, acusou o Governo e as empresas de não respeitarem o direito à greve. “Os trabalhadores estão a ser subornados. Há polícia e Exército a escoltar os camiões. Não foi o sindicato que quebrou os serviços mínimos, mas sim as empresas e o Governo que violaram o direito à greve" adiantou, esclarecendo que não tem dúvidas de que o Executivo vai querer "exercer autoridade" e "mandar prender" os motoristas que recusarem prestar serviços mínimos.
“Vamos deixar de cumprir os serviços mínimos” rematou Pardal Henriques e, questionado sobre a possibilidade de esta medida provocar uma requisição civil, mostrou-se calmo, afirmando que ainda não foi oficializada mas já está a ocorrer "na prática". Por outro lado, André Matias, porta-voz da Antram adiantou que o SNMMP "não respeita ninguém, não respeita o povo português e mente descaradamente quando acusa, sem qualquer respeito ou prova, empresas de suborno”. Sublinhe-se que haviam sido declarados serviços mínimos entre 50% e 100% pelo Governo que declarou situação de emergência energética até ao próximo dia 21 de agosto.
"Estamos sem saber se estamos a cumprir os serviços mínimos ou não porque não temos qualquer escala de serviço" referiu Jorge Cordeiro, presidente do Sindicato Independente de Motoristas de Mercadorias, à RTP salientando que a adesão à greve está a ser "bastante satisfatória" e que, nos piquetes em que esteve, existiam pelo menos entre 50 a 60 trabalhadores em greve. O dirigente explicou que "ficou acordado" o envio da escala de serviço às variadas empresas.
Recorde-se que este é o primeiro dia da greve – convocada pelo Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) e pelo Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM), tendo-se também associado à paralisação o Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos do Norte (STRUN) – marcada por tempo indeterminado e cujo objetivo é a reivindicação de uma progressão salarial.