O país da esquerda com 2/3 da Assembleia da República


Como a educação deve ser dada pelo Estado e não pelas famílias, o colégio da sua filha mais pequena foi encerrado. Afinal de contas, não era admissível existirem escolas religiosas num país que se quer laico e até, se possível, anticlerical. Outra chatice é que a miúda teve de ir para uma escola pública, mas…


Imagine que adormece hoje e acorda no início de 2020. Ainda não sabe, mas as eleições legislativas resultaram numa vitória histórica da esquerda, que pela primeira vez conseguiu o incrível resultado de dois terços de assentos na Assembleia da República. Agora, a esquerda tem o poder absoluto de nomear todos os juízes do Constitucional, de fazer uma reforma constitucional e de destruir tudo aquilo por que lutaram aqueles que, como eu, acreditam numa economia livre e de iniciativa privada.

Acorda e na sua mesinha de cabeceira tem o jornal A Revolução, o tal jornal diário público que o PCP defende no seu programa de Governo. O seu telemóvel continua a ter um cartão SIM da Meo, mas quem lhe manda as faturas já não é a Altice, visto a privatização da PT ter sido revertida, como também a dos CTT, entre muitas outras.

Quando acorda, o seu filho respira de alívio. Afinal de contas, agora que sabe que está vivo ainda podem transferir todas as suas poupanças para o estrangeiro. Isto porque, como vi um dos braços-direitos de António Costa a defender há pouco tempo, a nova maioria de esquerda acha que é preciso limitar a transmissão de bens por heranças e já tem poderes de revisão constitucional para o fazer.

Como a educação deve ser dada pelo Estado e não pelas famílias, o colégio da sua filha mais pequena foi encerrado. Afinal de contas, não era admissível existirem escolas religiosas num país que se quer laico e até, se possível, anticlerical. Outra chatice é que a miúda teve de ir para uma escola pública, mas não das boas, porque você já sabe que não tem dinheiro para viver no centro da cidade, como os deputados socialistas.

Um dia poderá acordar e o país estar mesmo assim. O poder absoluto é horrível, o poder absolutíssimo é dramaticamente perigoso para o regular funcionamento da nossa democracia. O mesmo valeria para uma maioria de dois terços da direita. Pense nisto, antes que seja tarde.

 

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