As leis de quotas são uma fraude: sejam elas de sexo, cor, raça ou etnia


Hoje não venho malhar no PAN. Seria merecido, mas outro dia será. Escrevo hoje sobre as leis de quotas, ao saber que o PS quer agora recriá-las para cores, raças e etnias. Começo por dizer que sempre fui, sou e serei contra as leis de quotas.


É pela discriminação positiva, dizem os ideólogos do regime. Tretas. Nestas matérias não há discriminação positiva ou negativa. Simplesmente há ou não há. Com as mulheres, o que a lei veio dizer-lhes foi: “Caras amigas, vamos lá então criar aqui uma forma de vocês entrarem nas listas porque, de outra maneira, por muito válidas que sejam, nunca vamos deixar que entrem”. Isto, sim, é pura discriminação. Thatcher precisou de alguma lei de quotas para governar durante dez anos o país mais conservador e masculino do mundo? Resposta óbvia. Políticas fora, algum homem tem problemas em admitir que foi uma personalidade que se sobrepôs a muitos homens do seu tempo? Não. Não porque a conversa não se faz nesses moldes. Por cá, por exemplo, Pintasilgo, Ferreira Leite ou Odete Santos precisaram de alguma lei destas?

Digam-me. Pois agora vem uma sequela desta lei para ciganos e negros. Como nas mulheres, consagra-se um regime especial, dizendo assim que, se ele não existir, a validade de uma pessoa é aferida por cor, raça ou etnia. É aqui que reside a discriminação. Mandela, Luther King ou Obama eram por acaso brancos? E há algum branco que tenha alguma dificuldade em afirmar que, não sendo, deram dez a zero a muitos outros que o são? Claro que não. Não porque, uma vez mais, a conversa não se mede por essa bitola. A competência e a validade de uma pessoa não têm sexo, cor, raça ou etnia. Ou se tem ou não se tem. E mesmo quando não se tem originariamente, também se ganha pela prática. Mas não me fico por aqui.

A propósito dos termos que se usam, o que será mais discriminatório: dividir as pessoas entre brancos e pretos ou brancos e negros? Pergunto isto com total respeito e honestidade pessoal e cívica. Repito: toda. E repito uma vez mais em maiúsculas para que ninguém desvirtue as minhas palavras: TODA! Em qualquer escola do mundo, a escala cromática divide-se entre preto e branco ou preto e albino ou preto e pálido? Desde muito miúdo que sempre achei isto uma aberração. Lá está, uma discriminação. Não será isto acentuar ainda mais uma diferença puramente fisionómica e que nada interessa quando somos todos, igualmente, pessoas? É a mesma coisa quando dizemos que alguém com oito anos é novo, mas se tiver 80 é sénior. A mim, com oito anos, nunca ninguém me chamou júnior.

E se chegar aos 80, peço: por favor chamem-me velho, que é sinal que tive uma vida longa. Mas voltando ao ponto, deixem-se de trampas.

A competência, a validade, a capacidade de alguém não têm sexo, cor, raça ou etnia. Como disse antes, ela revela-se, ganha-se e trabalha-se. Quando assim é, nada nem ninguém a pode ofuscar. Por vezes demora, mas o dia da sua valorização chegará. Cambada de hipócritas. Se estão tão preocupados com o igual acesso de todos à política, porque só promovem esse acesso por regimes especiais?

 


As leis de quotas são uma fraude: sejam elas de sexo, cor, raça ou etnia


Hoje não venho malhar no PAN. Seria merecido, mas outro dia será. Escrevo hoje sobre as leis de quotas, ao saber que o PS quer agora recriá-las para cores, raças e etnias. Começo por dizer que sempre fui, sou e serei contra as leis de quotas.


É pela discriminação positiva, dizem os ideólogos do regime. Tretas. Nestas matérias não há discriminação positiva ou negativa. Simplesmente há ou não há. Com as mulheres, o que a lei veio dizer-lhes foi: “Caras amigas, vamos lá então criar aqui uma forma de vocês entrarem nas listas porque, de outra maneira, por muito válidas que sejam, nunca vamos deixar que entrem”. Isto, sim, é pura discriminação. Thatcher precisou de alguma lei de quotas para governar durante dez anos o país mais conservador e masculino do mundo? Resposta óbvia. Políticas fora, algum homem tem problemas em admitir que foi uma personalidade que se sobrepôs a muitos homens do seu tempo? Não. Não porque a conversa não se faz nesses moldes. Por cá, por exemplo, Pintasilgo, Ferreira Leite ou Odete Santos precisaram de alguma lei destas?

Digam-me. Pois agora vem uma sequela desta lei para ciganos e negros. Como nas mulheres, consagra-se um regime especial, dizendo assim que, se ele não existir, a validade de uma pessoa é aferida por cor, raça ou etnia. É aqui que reside a discriminação. Mandela, Luther King ou Obama eram por acaso brancos? E há algum branco que tenha alguma dificuldade em afirmar que, não sendo, deram dez a zero a muitos outros que o são? Claro que não. Não porque, uma vez mais, a conversa não se mede por essa bitola. A competência e a validade de uma pessoa não têm sexo, cor, raça ou etnia. Ou se tem ou não se tem. E mesmo quando não se tem originariamente, também se ganha pela prática. Mas não me fico por aqui.

A propósito dos termos que se usam, o que será mais discriminatório: dividir as pessoas entre brancos e pretos ou brancos e negros? Pergunto isto com total respeito e honestidade pessoal e cívica. Repito: toda. E repito uma vez mais em maiúsculas para que ninguém desvirtue as minhas palavras: TODA! Em qualquer escola do mundo, a escala cromática divide-se entre preto e branco ou preto e albino ou preto e pálido? Desde muito miúdo que sempre achei isto uma aberração. Lá está, uma discriminação. Não será isto acentuar ainda mais uma diferença puramente fisionómica e que nada interessa quando somos todos, igualmente, pessoas? É a mesma coisa quando dizemos que alguém com oito anos é novo, mas se tiver 80 é sénior. A mim, com oito anos, nunca ninguém me chamou júnior.

E se chegar aos 80, peço: por favor chamem-me velho, que é sinal que tive uma vida longa. Mas voltando ao ponto, deixem-se de trampas.

A competência, a validade, a capacidade de alguém não têm sexo, cor, raça ou etnia. Como disse antes, ela revela-se, ganha-se e trabalha-se. Quando assim é, nada nem ninguém a pode ofuscar. Por vezes demora, mas o dia da sua valorização chegará. Cambada de hipócritas. Se estão tão preocupados com o igual acesso de todos à política, porque só promovem esse acesso por regimes especiais?