Não foram precisas duas horas para Rafael Nadal, número dois do ranking ATP, se qualificar para os quartos-de-final de Wimbledon. O tenista espanhol despachou João Sousa, 69.o do mundo, por triplo 6-2, num encontro que inaugurou os oitavos-de-final do Grand Slam britânico e que teve honras de court central. É o fim do sonho para o número um português, que sai de cabeça erguida do terceiro major da temporada, após ter chegado pela primeira vez na sua carreira à segunda semana do torneio.
No geral, o vimaranense igualou aquele que foi o seu melhor registo alcançado até hoje quando, em 2018, também atingiu os oitavos-de-final (quarta ronda), desta feita do US Open.
No que diz respeito ao histórico de confrontos entre o português e o espanhol, ontem foi o terceiro duelo entre os dois tenistas, com Nadal a conseguir manter um registo 100% vitorioso. Nos embates anteriores com o antigo líder do ranking mundial, Sousa perdeu nas duas ocasiões: no Rio de Janeiro (1-6 e 0-6), em 2014, e em Madrid (0-6, 6-4 e 3-6), em 2016.
Nadal continua, desta forma, a perseguir o seu terceiro troféu no All England Club, onde se sagrou campeão por duas vezes, em 2008 e 2010.
Por sua vez, João Sousa, que encerra a participação histórica em Wimbledon, leva para casa um prémio de 200 mil euros, 180 pontos e o regresso ao top-55 da hierarquia, a confirmar na atualização do ranking, que acontece na próxima segunda-feira.
Para lá da história Ainda antes de defrontar o seu antigo companheiro de treinos, Rafael Nadal, com quem chegou a partilhar o técnico Francis Roig, quando se mudou para Barcelona, João Sousa deu que falar graças a duas vitórias brilhantes: primeiro, na segunda ronda, eliminatória em que surpreendeu ao derrotar o croata Marin Cilic (18.o), por triplo 6-4. Foi um triunfo de tal forma incrível – pela primeira vez conseguiu vencer o tenista croata, campeão do US Open de 2014, finalista de Wimbledon em 2017 e do Open da Austrália em 2018, vencedor de 18 títulos no circuito principal – que rapidamente começou a ser designado como a melhor vitória de sempre da sua carreira.
Por esta altura, o vimaranense igualava a sua melhor participação no Grand Slam disputado em relva ao alcançar a terceira ronda, repetindo o sucesso de 2016. A qualificação para os oitavos foi, de resto, decidida em cinco sets, por 4-6, 6-4, 7-5, 4-6 e 6-4, levando João Sousa a melhor sobre o britânico Daniel Evans (61.o), num “encontro quase épico”, como resumiu o tenista vimaranense.
“Ganhar aqui e passar aos oitavos, como disse, é histórico para Portugal e estou muito orgulhoso de fazer parte desta história. Somos um país pequeno, mas tenho orgulho em fazer parte dele”, confessou o jogador, de 30 anos, treinado por Frederico Marques.