Mãe envenena filho. Líquido no cateter lançou o alerta no hospital

Mãe envenena filho. Líquido no cateter lançou o alerta no hospital


Desde abril que criança estava a ser acompanhada. Sintomas eram do clorofórmio que a mãe lhe injetava.


Não foi só o comportamento da mãe suspeita de envenenar o filho de sete anos, nem a falta de explicações para o quadro clínico do menor que levou a equipa de profissionais do Hospital D. Estefânia a chamar a Polícia Judiciária. Uma fonte do hospital explicou ao i que a presença de um líquido estranho no cateter – tubo que se insere na veia e através do qual podem ser administrados os tratamentos – levantou suspeitas sobre Patrícia R., a bombeira de 27 anos que estaria desde abril a introduzir substâncias tóxicas no corpo do filho com o alegado objetivo de chamar a atenção do ex-namorado – uma relação posterior à que teve com o pai da criança.

As suspeitas dos médicos e enfermeiros pareciam ser retiradas de um filme, mas acabaram por se confirmar. A equipa de investigadores da Judiciária apanhou a mulher em flagrante delito, após injetar uma substância considerável de clorofórmio, uma substância que pode ser adquirida numa farmácia comum e que, administrado assim, provoca paragens respiratórias.

Perante a surpresa, a mulher terá reagido, dizendo tratar-se de “água benta” para que o filho ficasse melhor. Apesar de os médicos terem estranhado a presença do líquido no cateter e de a mulher ter sido apanhada por inspetores, só com o trabalho do Laboratório de Polícia Científica da PJ foi possível concluir que se tratava de Clorofórmio.

Além deste tipo de substâncias, a mulher colocava ainda sal nas feridas do filho para que estas infetassem. Desde abril que a criança estava a ser acompanhada, tendo sido transferida para o Hospital D. Estefânia, onde os médicos também não encontravam uma explicação plausível para os seus sintomas, dado que era saudável.

A mulher está agora indiciada por crimes de ofensas à integridade físicas grave. Depois de ter sido presente a primeiro interrogatório judicial, o tribunal decidiu que deveria aguardar o desenrolar da investigação em prisão preventiva, encontrando-se agora no hospital-prisão de Caxias.

Quanto à guarda da criança, até agora partilhada, esta deverá ficar com o pai que, tal como Patrícia R., pertence à Associação de Bombeiros Voluntários de Óbidos. Numa recente vigília dos bombeiros daquele quartel, um vídeo que está a correr na internet, o pai do menor aparece a desejar força ao filho: “Força, amor do pai. Vai tudo passar”.