O Governo anunciou ontem uma medida que já devia ter sido posta em prática há muito tempo, não fosse o ministro de então uma verdadeira nulidade. Pedro Marques, enquanto teve a pasta dos Transportes, sempre negou que existisse “material circulante encostado”, mas agora foi desmentido pelo Executivo de que fez parte. O Conselho de Ministros aprovou ontem um pacote de 45 milhões de euros para recuperar 70 unidades – entre carruagens, automotoras e locomotivas –, além de permitir a contratação de 120 trabalhadores para a CP e 67 para a empresa de manutenção. O que se poderá dizer que andou Pedro Marques a fazer? Que se calou com os “gritos” de Mário Centeno e António Costa de que não há dinheiro? A história era tão evidente que me lembro de um canal televisivo ter feito uma reportagem nas instalações da Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário (EMEF) a provar isso mesmo e ninguém no Governo disse ou fez alguma coisa. O que mudou então? Parece evidente que António Costa chamou para ministro Pedro Nuno Santos para este resolver os problemas que Pedro Marques não conseguiu resolver. O novo ministro não deve ter aceitado o cargo sem garantias de que haveria dinheiro para resolver os problemas do setor. E assim foi: os camionistas de materiais perigosos paralisam o país? Chamem o ministro, que ele leva uma mala com dinheiro e diplomacia e resolve o problema. Os barcos que ligam as duas margens do Tejo estão parados por causa da greve? Chamem o Pedro Nuno Santos, que ele resolve. Tem sido assim, e agora foi a vez dos comboios. Não há comboios em circulação mas existe “material circulante encostado”? Chamem o Pedro Nuno Santos, que ele trata de os desencostar! Calculo que na Saúde e na Justiça já estejam todos a pedir que Pedro Nuno Santos seja o ministro dessas áreas. Afinal, com o ministro “rival” de António Costa e amigo do BE não há problemas. É preciso resolver, Mário Centeno que abra os cordões à bolsa.
Não há dinheiro? Chamem o ministro Pedro Nuno Santos
O que se poderá dizer que andou Pedro Marques a fazer? Que se calou com os “gritos” de Mário Centeno e António Costa de que não há dinheiro?