O eurodeputado do PSD Álvaro Amaro garantiu ontem ao i que não se vai escudar na imunidade parlamentar do cargo no processo Rota Final, em que foi constituído arguido há cerca de uma semana. “Jamais usarei [a imunidade parlamentar] esse estatuto. Estarei sempre disponível e mais do que disponível”, afirmou o também dirigente social-democrata que assegurou ter sido apanhado de surpresa perante o envolvimento do seu nome no caso que envolve a transportadora Transdev .“Completamente, Meu Deus, completamente”, confidenciou, incomodado com a situação, mas recusando-se a prestar mais declarações. Ao Expresso chegou a dizer que estava “aperreado”.
O caso Rota Final envolve suspeitas de corrupção e tráfico de influências e levou a Polícia Judiciária a realizar buscas em 18 autarquias do norte e centro do país, das quais nove são do PSD, sete do PS, uma do CDS e outra independente.
O ex-autarca foi constituído arguido num caso com mais 17 pessoas e as autoridades consideraram que Álvaro Amaro será uma peça fundamental num processo de alegado esquema de influências para a contratação de serviços de transportes públicos a empresas do grupo francês Transdev. É também arguido num outro processo de obtenção de fundos comunitários.
Esta situação deixou o um lastro de incómodo no PSD, sendo que o líder do partido é amigo pessoal do dirigente. Ontem, Rui Rio saiu em defesa da presunção de inocência de todos os portugueses, afirmando que falou com o próprio e que este lhe tinha garantido não ter cometido qualquer crime. Mais, o líder do PSD “acha muito mau” que os “julgamentos das pessoas se façam nos tribunais e não na praça pública”, mostrando-se completamente contra “a chacina” em praça pública.