NBA. Só falta um jogo para o Canadá entrar no mapa

NBA. Só falta um jogo para o Canadá entrar no mapa


Contra todas as previsões, os Toronto Raptors estão a uma vitória de celebrar o primeiro título.


“Esta final da NBA tem sido uma montanha-russa”. As palavras são de Stephen Curry e foram proferidas após o jogo 3 da final da NBA, no qual o base de 31 anos apontou 47 pontos mas onde, mesmo assim, os Golden State Warriors saíram derrotados em pleno Oracle Arena (109-123). Essa partida, disputada na última quinta-feira, marcou o regresso dos Toronto Raptors à liderança da finalíssima (então por 2-1).

Esperava-se aí que os bicampeões em título conseguissem dar a volta ao texto no jogo 4, o segundo em casa, e voltassem a empatar a final. Nada mais errado: contra todas as previsões, os Raptors venceram novamente em Oakland (92-105) e somaram o terceiro triunfo em quatro jogos na finalíssima, ficando a apenas uma vitória de celebrar a inédita conquista do campeonato de basquetebol mais mediático do mundo e pôr fim ao reinado dos Warriors, que procuravam conquistar o terceiro campeonato consecutivo e igualar os feitos de Minneapolis/Los Angeles Lakers (de 1952 a 1954 e de 2000 a 2002), Boston Celtics (de 1959 a 1966) e Chicago Bulls (de 1991 a 1993 e de 1996 a 1999).

Mais uma vez, Kawhi Leonard foi o elemento em maior destaque nos Raptors. O extremo de 27 anos somou 36 pontos, contribuindo decisivamente para a terceira derrota dos bicampeões em quatro partidas – apesar dos 28 pontos de Klay Thompson e dos 27 de Stephen Curry. Os Warriors, que contaram com os regressos de Thompson e Kevon Looney, até entraram bem na partida, mas permitiram a reviravolta na segunda parte, tendo mesmo chegado a ver-se adeptos a abandonar o pavilhão antes do final do encontro.

“Não está nada acabado. A chave do jogo hoje foi a defesa. Estivemos vivos durante todo o jogo e tivemos eficácia nos lançamentos, não baixando a cabeça quando as bolas não estavam a entrar. Não interessa quantos jogos faltam, temos de ter paciência e confiança e não ter pressa para fazer as coisas”, salientou Leonard, ele que já venceu o título em 2013/14, então a representar os San Antonio Spurs, e que se perfila cada vez mais como o maior candidato a MVP (melhor jogador) das finais.

lebron como inspiração Só por uma vez na história da NBA uma equipa conseguiu virar um 3×1: aconteceu em 2015/16, com os Cleveland Cavaliers, diante… dos Warriors. Os Cavs, de resto, foram a última equipa a conseguir fazer frente ao conjunto de Oakland, tendo depois perdido duas finais consecutivas. Este ano, sem LeBron James, a campanha foi desastrosa: 14.º (e penúltimo) na Conferência Este. O próprio LeBron, de resto, andou bastante afastado dos momentos de todas as decisões: o King fracassou no objetivo de devolver os Lakers à glória de outros tempos e ficou fora dos playoffs pela primeira vez desde 2005 – o conjunto de Los Angeles terminou a fase regular no décimo posto da Conferência Oeste, dominada mais uma vez pelos Golden State.

A Este, a sensação foram os Bucks de Milwaukee: 60 vitórias em 82 jogos e a melhor campanha das 30 equipas, com Giannis Antetokounmpo em grande. Um percurso que acabou por ofuscar o do segundo classificado, os Raptors, que nos playoffs deram a demonstração de força necessária, arrasando os Bucks e conseguindo a inédita qualificação para a fase de todas as decisões.

Aqui, o favoritismo recaía em absoluto para os Warriors, mesmo que privados de Kevin Durant, MVP das últimas duas finais. Kawhi Leonard e companhia, porém, têm-se encarregado de mostrar mais uma vez de forma cabal que no desporto não há vencedores antecipados e podem levar o primeiro troféu de campeão para o Canadá já na próxima madrugada, quando se disputará em Toronto o jogo 5. O basquetebol está bem longe de ser o desporto-rei no vizinho dos Estados Unidos, mas esse é um cenário que pode mudar muito em breve.