Mais de 95% dos grandes incêndios acontecem durante secas e ondas de calor. Esta é uma das conclusões do estudo “Influência das condições meteorológicas e climáticas na ocorrência de fogos extremos”, desenvolvido por investigadores da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e que abrange os anos entre 1981 e 2017.
Mário Pereira, um dos autores do estudo, do departamento de Física da instituição, explicou à Lusa que “isto significa que quer as secas quer as ondas de calor são fatores fundamentais para a ocorrência de grandes incêndios, embora, como é óbvio, estas condições possam ocorrer sem que ocorram os grandes incêndios”. À mesma agência, o investigador especificou: “não é por haver seca ou por haver uma onda de calor que vai haver um grande incêndio, mas só há grandes fogos se houver seca e se houver ondas de calor”.
De acordo com o estudo, os grandes incêndios são aqueles que queimam mais de cinco mil hectares. “São os que têm verdadeiro impacto no país, não só na área ardida como nas fatalidades, na água, qualidade do ar ou na visibilidade”, especificou ainda Mário Pereira à Lusa.