Entre os 17 partidos que se apresentaram às urnas, houve 11 que não elegeram qualquer deputado para o Parlamento Europeu. Mas somados todos os votos conseguidos para cada um destes partidos, o total ascende a 10% da votação. Ou seja, dos mais de 3.3 milhões de votos, os 11 partidos que não conseguiram eleger um deputado para o Parlamento Europeu, recolheram um total de 323.477 votos.
Um resultado que está em linha com o que foi registado nas últimas eleições europeias, em 2014, quando os também 11 partidos que não elegeram qualquer eurodeputado ficaram pelos 294.365 votos, cerca de 9% do total da votação.
Mas para o politólogo António Costa Pinto este foi um “resultado completamente dececionante” porque nas europeias “a escolha do eleitorado é bem mais livre” e é “por proximidade” não “por formação de Governo”.
Nestas eleições houve seis partidos que se apresentaram a votos pela primeira vez. É o caso do Aliança, liderado pelo antigo social-democrata e primeiro-ministro, Pedro Santana Lopes. O partido foi criado no início deste ano e entre os 11 sem deputados eleitos foi o que conseguiu a votação mais alta. (ver caixas ao lado).
Surpresa do PAN
Mas a surpresa da noite eleitoral e um dos grandes vencedores destas eleições foi o Pessoas-Animais-Natureza (PAN), que conseguiu eleger um eurodeputado com 168.447 de votos (5,08%). Mais do dobro do número de votos conseguidos em 2014, quando o partido liderado por André Silva não ultrapassou os 56.358 votos.
Para Costa Pinto, o “fenómeno” PAN resulta, por um lado, de o partido “já ter representação parlamentar” e, por outro lado, porque “a sua estratégia ambientalista e da relação animal”, a que se somam “outras propostas como o voto aos 16 anos”, acabou por trazer um bom resultado para o partido.
No entanto, ao i o politólogo mostra algumas reservas quanto ao resultado do PAN para as legislativas. “Tudo depende muito da campanha e as projeções não apontam para 5% como nas europeias. Não podemos extrapolar para as legislativas”, diz Costa Pinto.