Bastonária da Ordem dos Enfermeiros apresenta queixa contra inspetores da IGAS

Bastonária da Ordem dos Enfermeiros apresenta queixa contra inspetores da IGAS


Este cenário “é mais um claro indício da prepotência e abuso de poder por parte do Ministério da Saúde e da IGAS em relação ao trabalho da ordem”.


Ana Rita Cavaco, bastonária da Ordem dos Enfermeiros (OE), apresentou uma queixa na PSP contra os inspetores da Inspeção-Geral de Atividades em Saúde (IGAS). Em causa está o crime de sequestro.

Em comunicado, a Ordem dos Enfermeiros confirmou que a queixa foi apresentada esta segunda-feira de manhã, uma vez que os inspetores da IGAS “voltaram a apresentar-se nas instalações da OE sem mandado e retiveram ilegalmente uma funcionária, para inquirição, fechada numa sala", o que no entender da Ordem "pode configurar um sequestro e tratar-se de mais uma violação da legalidade neste processo de sindicância”.

Os inspetores dirigiram-se até à Ordem, por volta das 11h15 desta segunda-feira, fazendo-se acompanhar de agentes da PSP, começa por contar a OE. “Retiveram uma funcionária numa sala durante uma hora. Os inspectores da IGAS entraram nas instalações da OE, deslocaram-se até à sala de trabalho da funcionária e obrigaram-na a permanecer para prestar declarações sobre o processo de sindicância em curso, sem qualquer tipo de notificação”, acrescenta.

Este cenário “é mais um claro indício da prepotência e abuso de poder por parte do Ministério da Saúde e da IGAS em relação ao trabalho da ordem", defende a Ordem.

Depois de ser informada da situação, Ana Rita Cavaco “deslocou-se ao local onde estava a funcionária e foi impedida de entrar na sala pelos agentes de autoridade, ao mesmo tempo que a funcionária foi impedida de sair”.

“Não é admissível que, num país livre, sejam sequestradas pessoas no seu local de trabalho. Também não é admissível que inspetores entrem nas instalações de qualquer instituição e definam, no momento, os objetos de investigação, sabendo que existem procedimentos legais que devem ser cumpridos, algo que a IGAS tem recusado fazer desde o primeiro dia do processo de sindicância”, conclui a nota.