Portugal vai ter um confronto com os efeitos na saúde pública e em termos humanos que decorrem das alterações climáticas. Representarão um dos principais desafios do futuro do país. É preciso tomar medidas que possam reduzir esses efeitos. Portugal vai ter um clima diferente, vai ter um perfil demográfico distinto e vai estar exposto a riscos que até agora não constituíam motivos de preocupação. Intensificar-se-ão os debates sobre a importância das políticas sociais, nomeadamente da saúde e da educação, que deverão estar adaptadas à evolução demográfica do país – com um envelhecimento acentuado. A necessidade de aumentar a população ativa será premente: são os trabalhadores, com os seus descontos, a fonte principal de financiamento dos esquemas de proteção social.
Os riscos são muitos se nada for feito desde já. Gostava que a atividade humanitária fosse considerada com mais elevação, dignidade e na perspetiva da redução do sofrimento, da pobreza, e da eliminação de iniquidades que ainda persistem no país.
Francisco George – Ex-diretor-geral da Saúde, presidente da Cruz Vermelha Portuguesa