Igreja Católica no Chile recusa eliminar segredo da confissão em casos de abuso sexual

Igreja Católica no Chile recusa eliminar segredo da confissão em casos de abuso sexual


“A nossa posição é de que o segredo da confissão deve sempre ser protegido, porque é um ato sagrado”


A Câmara dos Deputados aprovou na última semana um projeto de lei para obrigar os padres e regiosos a denunciar ao ministério Público abusos de menores de que tenham conhecimento, mesmo que que tenham sido revelados em confissão.

A medida está agora a ser discutida no Senado e visa modificar o Código de Processo Penal chileno, estipulando penalidades em caso de omissão.

O presidente da Conferência Episcopal do Chile (CECh), Fernando Ramos, afirmou na reunião plenária da CECh, que terminará na próxima sexta-feira em Punta de Tralcam, que a confissão é um “sacramento”, um ato sagrado através do qual a pessoa se reconcilia com Deus. "A legislação chilena protege este momento como um momento muito importante, e a nossa posição é de que o segredo da confissão deve sempre ser protegido, porque é um ato sagrado", declarou o bispo.

A reunião da Conferência Episcopal tem como principal objetivo a elaboração de um documento para o tratamento e prevenção do abuso em ambientes eclesiais. "Vamos tratar particularmente de um documento que será aprovado sobre a integridade no serviço pastoral da Igreja", explicou Fernando Ramos.

"Temos vindo a abordá-lo em várias assembleias desde meados do ano passado. Fizemos vários compromissos nessa linha, em colaboração com a Justiça, e temos total disponibilidade para resolver todos estes casos [de abusos]", afirmou ainda Fernando Ramos.

O bispo disse ainda que "todas as pessoas que têm responsabilidade criminal por abuso sexual".

O MP chileno está a investigar 219 religiosos e 158 casos de abuso sexual contra 241 vítimas. Destas, 123 eram menores à época dos factos.