NBA. O pesadelo do King: Lakers têm um por cento de hipóteses de chegarem aos playoff

NBA. O pesadelo do King: Lakers têm um por cento de hipóteses de chegarem aos playoff


As previsões são tudo menos animadoras para LeBron James, prestes a ficar de fora dos playoff pela primeira vez desde 2004/05. Já se preveem grandes mudanças na franquia da Califórnia para a próxima temporada


Para os Lakers, já se tornou rotina; para LeBron James, nem por isso. O mítico conjunto de Los Angeles perdeu o dérbi com os Clippers, em pleno Staples Center (105-113), já depois de ter sido derrotado pelo último classificado da Conferência Oeste, os Phoenix Suns (118-109), e ficou muito perto de dizer adeus aos playoff de apuramento do campeão. Os Lakers ocupam um modestíssimo 11.o lugar e, de acordo com o site Basketball Reference, especializado em estatísticas da modalidade, têm neste momento… um por cento de probabilidades de conseguirem chegar à fase seguinte.

Um autêntico pesadelo para LeBron, que não sabe o que é ficar a ver os playoff pela televisão desde 2004/05 – o King, aliás, não falha uma presença na final da NBA desde 2011. Os Lakers, pelo contrário, não conseguem o apuramento há cinco temporadas consecutivas… e a série deverá mesmo prolongar-se pelo menos por mais um ano. Com 30 vitórias e 33 derrotas, a equipa californiana tem ainda um calendário considerado o sétimo mais difícil, com Milwaukee Bucks (líderes da Conferência Este), Toronto Raptors (vice-líderes), Golden State Warriors (líderes a Oeste), Denver Nuggets (vice–líderes), Oklahoma City Thunder (terceiros classificados) e Portland Trail Blazers (quartos) entre os 18 adversários que ainda faltam.

Para o já citado site especializado em estatísticas da NBA, os Clippers (sétimos a Oeste) têm 95,4 por cento de probabilidades de chegarem aos playoff, com os San Antonio Spurs (oitavos) com 90,1 por cento. Depois surgem os Sacramento Kings (décimos), com 12,3 por cento, seguidos então pelos Lakers, com o já referido um por cento de hipóteses. A equipa de Los Angeles aparece nesta contabilidade à frente dos Minnesota Timberwolves, com quem divide neste momento o lugar na tabela: os Wolves têm apenas 0,5 por cento de probabilidades de apuramento.

as lesões e a juventude O cenário, de facto, não aponta para outro desfecho que não o do adeus precoce à época daquele que muitos consideram já o melhor jogador de sempre da liga norte-americana. Para o qual, diga-se, muito terá contribuído também a ausência em 17 jogos, devido a lesão numa virilha. Mas não só: desde que LeBron regressou, na verdade, os Lakers perderam oito dos 12 jogos efetuados.

Na pré-temporada, nos dias imediatamente a seguir à mediática apresentação após ter deixado os Cleveland Cavaliers, LeBron já deixava o aviso: os Lakers ainda tinham muito que crescer antes de poderem sonhar mais alto. O extremo de 34 anos (então ainda 33) lembrava que a equipa era muito jovem e ainda precisava de se consolidar e adquirir experiência. Passados sete meses, a ideia que fica é a de que esse crescimento ainda não se verificou. Rajon Rondo, contratado para ser o fiel escudeiro de James, não tem feito uma época por aí além, e o núcleo de jovens formado por Kyle Kuzma, Brandon Ingram, Josh Hart e Lonzo Ball ainda não deu o salto que se esperava – e este último está ausente desde 21 de janeiro, por lesão, com a equipa a cair na eficácia defensiva de sexto para 27.o neste período. Os Lakers têm também o terceiro pior aproveitamento em lances livres: apenas 33,8 por cento.

Como se não bastassem todas estas condicionantes, houve ainda, em fevereiro, uma tentativa fracassada de uma troca de alguns desses jovens jogadores por Anthony Davis, poste de 25 anos dos New Orleans Pelicans. As negociações provocaram descontentamento na equipa, que ainda não se conseguiu recuperar do episódio.

Na semana passada, após a derrota por 128-115 frente aos Pelicans (sem Davis), LeBron não se continha. “Não estou acostumado a perder, nunca vou ficar confortável com derrotas, e aqui, nos últimos anos, as pessoas estavam a ficar acostumadas às derrotas”, atirava. Dois dias depois, novo desaire, então com os Memphis Grizzlies (110-105), penúltimos, e novo desabafo: “Se há quem deixe distrações atrapalharem a forma como joga, então está na franquia errada. Devia simplesmente dizer que isto não é para ele. Isto não é uma distração, jogamos ao mais alto nível e é preciso querer estar aqui em todos os jogos, sentir que se está a lutar por alguma coisa.”

Nem Magic Johnson escapa Em termos matemáticos, já se percebeu, só uma ínfima possibilidade permite aos Lakers ainda acreditarem nos playoff. Por essa razão, são já muitas as vozes que se levantam para pedir uma planificação rigorosa e atempada já da temporada 2019/20. LeBron James, obviamente, irá continuar – até porque assinou no verão por três épocas, mais uma de opção, num contrato que lhe assegurou cerca de 132 milhões de euros.

O King, todavia, deverá ser dos poucos a ficar, até porque a maioria do plantel tem ligação válida apenas até ao final da temporada. O treinador Luke Walton também tem o lugar em risco e até Magic Johnson, o presidente, e Rob Pelinka, o diretor-geral, estão a ser criticados. Espaço na folha salarial, haverá; resta saber se algum dos maiores craques da NBA estará disponível para deixar franquias bem mais estabelecidas e consolidadas no momento presente e juntar-se a uma equipa que será sempre uma completa incógnita.

Para já, o camisola 23 pouco mais pode fazer do que agarrar-se ao tal um por cento de probabilidades e tentar vencer a maioria dos jogos que restam. A começar já amanhã, com a receção aos Nuggets.