Pedrógão Grande. Cruz Vermelha Portuguesa afasta culpas na má gestão dos donativos

Pedrógão Grande. Cruz Vermelha Portuguesa afasta culpas na má gestão dos donativos


CVP diz que se afastou quando soube das irregularidades e atribui responsabilidades à Câmara de Pedrógão


A Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) voltou ontem a garantir que “tem inventariados todos os bens doados, bem como os que ainda se encontram armazenados à responsabilidade da Câmara Municipal de Pedrógão Grande”. Na sequência da investigação da TVI, que dá conta de que os donativos não foram distribuídos, a CVP diz não ter “qualquer responsabilidade no armazenamento dos bens doados” nem no “ambiente caótico do armazém transmitido pelas imagens tornadas públicas”.

Esta é a segunda vez que a instituição esclarece não ter qualquer ligação com a alegada má gestão dos donativos da Câmara Municipal de Pedrógão Grande. Segundo noticiou a TVI, os bens doados para as vítimas dos incêndios de Pedrógão Grande de 2017 estão guardados em pavilhões e ainda não foram distribuídos pelas famílias. Recorde–se ainda que a CVP tem sob sua responsabilidade o apetrechamento de 76 habitações que foram atribuídas no âmbito do Fundo REVITA. Deste total, 44 habitações já foram totalmente construídas e 32 ainda estão em fase de conclusão.

“A gestão do armazenamento e a distribuição dos respetivos bens doados são responsabilidade da Câmara Municipal de Pedrógão Grande”, escreve a CVP em comunicado. 

Em relação ao financiamento da reconstrução de cinco habitações, a Cruz Vermelha assumiu que detetou irregularidades no cumprimento dos critérios de seleção e “suspendeu, de imediato, os pagamentos das obras de reconstrução”.

Ontem foram divulgadas pela TVI imagens do presidente da CVP, Francisco George, a insurgir-se com Ana Leal, jornalista daquela estação de televisão. A perguntas como “tinha conhecimento das condições de segurança [dos bens doados]”, Francisco George manteve uma postura intransigente e chegou mesmo a agarrar o braço da jornalista no final da entrevista, que não autorizou que fosse para o ar. “A senhora é uma exagerada”, acusou o presidente da CVP, depois de a jornalista se ter queixado de ser agarrada.