Jean Wyllys em novo encontro após protestos em Coimbra

Jean Wyllys em novo encontro após protestos em Coimbra


Durante a conferência em que Wyllys participava em Coimbra, duas pessoas tentaram atingir o ativista brasileiro com ovos


O partido de extrema-direita Partido Nacional Renovador (PNR) manifestou-se ontem contra a presença do político e ativista brasileiro Jean Wyllys em Coimbra, onde participou numa conferência na Faculdade de Economia. No entanto, do outro lado da Faculdade, mais de duas centenas de manifestantes tentavam abafar o protesto e entoavam canções contra o fascismo. Esta quarta-feira é esperado um novo protesto, em Lisboa.

Jean Wyllys desistiu do seu mandato como deputado federal e deixou o Brasil, depois de várias ameaças de morte de que foi alvo, juntamente com a sua família.

Enquanto no protesto do PNR se ouviam frases como "Vocês não são portugueses", "Portugal não é um albergue para criminosos" e "Com a direita nacional, a esquerda não faz farinha". Do outro lado, na manifestação de solidariedade a Jean Wyllys, gritava-se "Fascistas! Racistas! Não passarão" e ainda Marielle Presente", em referência à ativista e política brasileira Marielle Franco, assassinada em 2018, no Brasil.

Mas a luta não foi só de palavras. O protesto ficou marcado pelo momento em que um dos manifestantes antifascistas se dirigiu ao grupo do PNR e atirou purpurina vermelha e azul para o rosto de Vitor Ramalho, candidato por aquele partido à Câmara de Coimbra, nas últimas autárquicas.

Ainda assim, os protestos não ficaram apenas na rua. Durante a conferência, intitulada por "Discursos de ódio e fake news da extrema-direita e seus impactos nos modos de vida de minorias sexuais, étnicas e religiosas – o caso do Brasil", dois homens tentaram atirar ovos contra Jean Willys.

Os seguranças conseguiram imobilizar os homens e removê-los do auditório, enquanto os participantes gritavam para que os homens saíssem.

"Não peçam para tirar. Nunca tive medo dos covardes", frisou Jean Wyllys, citado pela agência Lusa, que pediu palmas para o segurança que o protegeu no ataque. 

"Qualquer fascista covarde, que se queira manifestar, em vez de atirar ovos ou tiros, por favor, vamos aos argumentos. Levantem-se, manifestem-se, falemos", disse o ativista brasileiro, salientando que as pessoas que tentaram atirar-lhe ovos "são compostas por esse ódio que não permite a diversidade".

Esta quarta-feira, Jean Wyllys vai estar na Casa do Alentejo, nos Restauradores, em Lisboa, para participar num debate intitulado por "Por que se exilar do Brasil hoje?", agendado para as 17h30.  É esperada uma nova manifestação do PNR, divulgada anteriormente no Facebook.