Populismo, protecionismo e ciberataques: os inimigos da economia global segundo CEOs em Portugal

Populismo, protecionismo e ciberataques: os inimigos da economia global segundo CEOs em Portugal


As perspetivas são maioritariamente otimistas quanto ao futuro económico das empresas e o financiamento por meio próprio volta a estar em cima da mesa. O maior desafio está nos custos cambiais


Aumento do protecionismo, crescimento do populismo e do radicalismo e a ameaça de um ciberataque global são vistos pelos líderes das 250 maiores empresas em Portugal como os principais riscos da economia mundial. De acordo com um estudo da Deloitte, CEO Views, estas apostam cada vez em tecnologia. 

A eficiência de processos, novos produtos e serviços através de canais digitais é a maior prioridade da maioria dos CEO portugueses que acreditam que os próximos três anos serão vividos sob uma retoma moderada da economia. Segundo o comunicado, "as políticas públicas nacionais são novamente identificadas como um dos maiores riscos para a atividade económica (74%), embora estes gestores (50%) entendam que estas terão um impacto reduzido no crescimento económico". 

As perspetivas são maioritariamente otimistas quanto ao futuro económico das empresas e o financiamento por meio próprio volta a estar em cima da mesa. O maior desafio está nos custos cambiais. 

"A maioria dos CEO (53%) afirma que as suas empresas estão razoavelmente preparadas para a transformação digital. Na sua opinião, a introdução de novas tecnologias terá impacto sobretudo ao nível da automação e eficiência de processos (16%), da produtividade dos colaboradores (15%) e da experiência e criação de engagement com o cliente (14%)", afirma a Deloitte que revela também que as empresas querem apostar na saúde e bem-estar, na cultura organizacional e no employer brand para atrair mais profissionais. 

António Lagartixo, Partner e membro do Comité Executivo da Deloitte, explica que os resultados "podem derivar de fenómenos de incerteza social, económica e política que têm emergido em diferentes países, obrigando os agentes económicos a desempenhar um papel de maior vigilância macroeconómica, explorando em particular as ameaças e as oportunidades da evolução tecnológica” e deixou claro que as empresas estão hoje mais preparadas para a transformação digital contudo é ainda necessário que acelerem o ritmo. 

“O resultado desta revolução, que ocorre num ambiente de conectividade global e de mudança demográfica sem precedentes, irá perpetuar-se e provavelmente alargar as diferenças existentes entre as organizações que estão preparadas e aquelas que não estão", concluiu.

Embora não tenham em mente alterações significativas, acreditam que para garantir o sucesso da União Europeia é preciso reforçar a política económica dos Estados-Membros. Para isso, acreditam que é necessário definir "uma estratégia de longo prazo (23%), a implementação de uma política fiscal competitiva (15%) e a aprovação de um orçamento europeu para reduzir as diferenças competitivas entre os Estados-Membro (15%)", pode ler-se em comunicado.