Lisboa precisa de um cluster do Mar…


Campus tecnológico e empresarial na cidade capital do Atlântico, uma necessidade, uma prioridade para assegurar o desenvolvimento e crescimentodo empreendedorismo marítimo e da economia azul 


Lisboa concelho, região e até mesmo o país precisam de um espaço de excelência cuja atividade seja assegurar condições propícias para o desenvolvimento de um campus tecnológico e empresarial.

Construir, regenerar, fazer crescer e promover um espaço com estas características é fundamental para que o concelho/região de Lisboa possa contribuir para a criação de uma marca distintiva, agregadora e facilitadora, a qual permita potenciar e agilizar a transferência do conhecimento para o desenvolvimento económico, oferecer novas oportunidades, e de forma sustentada e permanente assegurar uma afirmação sólida do empreendedorismo marítimo e da economia azul.

Para tal, é preciso aproveitar os espaços existentes e numa área do território que seja dotada de frente de mar ou de rio, como por exemplo “Pedrouços”, oferecendo uma nova vida, regenerando e reconvertendo, garantindo condições de multidisciplinariedade no seu master plane de forma a criar um Hub tecnológico, empresarial e de I&D que crie as sinergias necessárias para um pleno aproveitamento das oportunidades que a economia Azul pode oferecer.

Um projeto desta natureza tem que articular e fazer conviver no seu espaço atividades inovadoras de I&D, novas tendências empreendedoras e empresariais, de que o “Mar português” tanto necessita.

A política pública do mar requer espaços desta natureza para assegurar a sua especialização, cimentar novas tendências económicas, responder de forma mais eficiente e eficaz às necessidades das empresas nos seus processos de teste inovadores, garantir empregabilidade de qualidade, gerar e proporcionar à economia Azul em Portugal condições especiais para acelerar o seu crescimento e desenvolvimento.

Saber estabelecer condições de governança distintivas e simples que permitam diferentes atores institucionais, associações, empresariais e financeiras participar no seu processo de modo a assegurarem um crescimento seguro e evolutivo, capazes de gerar um ecossistema de excelência inovador, empreendedor, e onde diversos atores com uma maturidade económica diferente possam conviver.

Potenciar um espaço em Lisboa, um campus com atividades de aceleração, incubação e coworking, oficina de makers, investigação e inovação, espaço para empresas maduras, fixação de residência para investigadores e jovens empreendedores, é certamente o modelo que pode proporcionar ao concelho/região mostrar aos diferentes atores nacionais e internacionais que a Capital do Atlântico quer reavivar o seu ADN marítimo e contribuir para impulsionar a economia Azul.

Urge a definição desta ação de política pública, pois este é o momento certo, prorrogar mais esta decisão pode fazer-nos perder oportunidades de vontade e financeiras, atrasar o crescimento e desenvolvimento deste projeto será um péssimo contributo para solidificarmos o “Mar Português” e certamente para o desgaste no empenho e envolvimento de todos.

 

Gestor e analista de políticas

públicas

Escreve quinzenalmente à sexta-feira