Madonna. 14.º com sabor a Lisboa

Madonna. 14.º com sabor a Lisboa


É de Lisboa, a fumar à janela de sua casa, que Madonna entreabre a porta do novo álbum que deve chegar já neste semestre


Filho de Madonna vem jogar para o Benfica. Madonna compra quinta centenária em Sintra. Afinal, Madonna arrenda casa em Lisboa. É oficial: Madonna está a viver no Ramalhete, às Janelas Verdes. Madonna diz que vive como uma freira em Lisboa. E fez um acordo com a câmara por causa de um parque de estacionamento. Depois da tinta gasta em torno da vinda da rainha da pop para Portugal e respetivos faits divers de instalação, para que as próximas linhas se escrevam mesmo sobre música. O tom foi dado pela própria através de um vídeo partilhado no Instagram onde surge a fumar na sua varanda em Lisboa – dúvidas houvesse, os azulejos denunciam a já assumida localização – com a respetiva legenda: “Mal posso esperar por mostrar tudo o que me inspirou em Lisboa.”

Serão essas as inspirações que Madonna levou para aquele que será o seu 14.º álbum e que deve ser editado ainda no primeiro semestre deste ano.

Segundo noticiou a “Blitz”, as gravações já começaram e algumas delas decorreram com “artistas que moram em Portugal, num estúdio em Paço de Arcos”. A publicação acautela, contudo, que ainda não se sabe o que acontecerá às ditas gravações.

Madonna fala de uma “inspiração lisboeta”, mas talvez o mais próximo do que aí vem – e tendo em conta os nomes associados ao novo álbum – seja falarmos dessa “Nova Lisboa”, plataforma a partir da qual se têm distribuído os sons da lusofonia. “Lisboa é a única capital dos PALOP em que se encontram todos os mundos [da lusofonia]. Coabitam ao ponto de não se distinguir um guineense de um moçambicano ou santomense. Só sabes quando chegas a casa de alguém e o prato é uma moqueca ou uma muamba. Isso, garantidamente, só há em Lisboa porque já estive nas outras capitais. Por isso é que estão todos a vir para cá”, resumia ao i Dino d’Santiago, um dos nomes aos quais Madonna se terá associado para este trabalho.

Blaya, Anitta, Kimi Djabaté e as batucadeiras de Cabo Verde serão outros dos artistas, refere a “Blitz”, que poderão, de alguma forma, fazer parte do disco.

Na mesma entrevista, Dino d’Santiago dizia “ter a certeza absoluta”de que Madonna iria usá-los. “Ela saiu muito a ganhar com Lisboa. É de grande valor para a cidade ter alguém como a Madonna a amar os nossos ritmos. O meu produtor de Nova Iorque Rusty Santos percebeu o mesmo: ‘Vocês têm de exportar isto antes que o Drake leve.’ É esse trabalho de casa que falta. Por isso é que as pessoas já se estão a juntar. Para criar um movimento lusófono. Apropriarmo–nos do que é nosso. Sermos uma réplica dos americanos não vai mudar as rádios. A música de Cabo Verde fez-me chegar ao Central Park, um dia antes de tocar o Stevie Wonder, e os americanos estavam malucos porque sentiam África.”

A inclusão do movimento lusófono no próximo álbum da cantora não é, portanto, novidade para com quem ela privou nem para quem segue o seu trabalho – é que esta não é a primeira vez que a rainha da pop dá pistas sobre o que aí vem. Numa entrevista ao “Women’s Wear Daily”, em outubro do ano passado, Madonna – que falava a propósito da sua linha de cosméticos – já tinha anunciado que vinha aí novo disco. Também na produção que fez para a “Vogue Italia”, inteiramente fotografada em Portugal, revelou que foi numa das suas incursões noturnas por um bar lisboeta que sentou vontade de se aventurar num novo disco de originais.

Este será o 14.o álbum de estúdio de Madonna e vai suceder a “Rebel Heart”, lançado em 2015. O nome e a data do número 14 “chegarão em breve”, promete a cantora.