A garantia surge numa altura em que a reorganização da rede de retalho foi concluída. Os únicos fechos de balcões que poderão ocorrer este ano serão aqueles que já estavam previstos no ano passado, mas cujo processo não possível concluir, nomeadamente aqueles que foram alvo de providências cautelares com vista a impedir o seu encerramento. “Em 2019 não acontecerão situações que não tenham sido já conhecidas e partilhadas com as autoridades locais em 2018, em casos onde seja possível encontrar alternativas adequadas”, disse ao i fonte oficial dos Correios.
No final do ano passado existiam 2383 Pontos CTT em todo o país, o que representou um aumento de 66 pontos desde a privatização. Nessa altura existiam 2317 pontos de acesso. Segundo a última informação pública, divulgada em novembro, os Correios tinham encerrado 53 lojas ao longo de 2018, para um total de 555. “Os CTT mantêm pelo menos um Ponto CTT (loja ou posto de correio) em todos os concelhos, Pontos CTT esses onde são prestados todos os serviços previstos no contrato de concessão, incluindo a entrega de objetos avisados, e ainda o pagamento de vales de prestações sociais e de faturas, muitas vezes em horários alargados e com conveniência adicional para as populações”, disse ainda a empresa.
Menos trabalhadores
Até ao final de setembro tinham saído da empresa 199 trabalhadores no âmbito do Plano de Transformação Operacional. A este número acrescem 161 saídas que ocorreram em 2017, no contexto do programa de otimização de recursos humanos. Feitas as contas, até ao final de setembro já saíram 360 funcionários no âmbito deste plano, através de rescisões por mútuo acordo. Mas, em simultâneo, os CTT têm vindo a contratar trabalhadores, nomeadamente 100 colaboradores a prazo que foram integrados nos quadros da empresa, tal como ficou definido no âmbito da negociação dos aumentos salariais de 2018.
Recorde-se que o Plano de Transformação Operacional da empresa assenta numa redução de custos em que uma das várias medidas previstas passava pelo fecho de lojas com pouca procura. Outras medidas incluíam o desenvolvimento do modelo de postos de correio explorados por terceiros e a redução substancial da remuneração variável dos trabalhadores. Também em cima da mesa estava a redução de postos de trabalho “em consequência da queda do tráfego do correio”.
Reverter a privatização
Estas alterações na empresa surgem numa altura em que vários setores do PS estão a pressionar a liderança do partido para colocar na agenda a reentrada do Estado no capital dos CTT, empresa que foi privatizada a 100% pelo anterior executivo, em 2014, através de dispersão em bolsa. Uma das vozes mais críticas é a de Manuel Pizarro, líder do PS-Porto. “Vou bater-me por isso. O PS deve reconhecer a importância decisiva do serviço postal e isso só pode ser conseguido com a intervenção pública”, garante. E acrescenta que “Portugal deve regressar à normalidade”, pois neste momento é um caso raro em que os serviços postais estão privatizados a 100%. “É um escândalo”, revelou ao “Público”. Contactada pelo i, a empresa diz que “não comenta”.
Esta não é a primeira vez que esta solução é apontada. No final do ano passado, as propostas do PEV, BE e PCP para recuperação do controlo dos Correios pelo Estado foram rejeitadas.