Tunísia. Imolação de jornalista pelo fogo gera protestos e confrontos

Tunísia. Imolação de jornalista pelo fogo gera protestos e confrontos


Pelo menos seis polícias ficaram feridos e nove pessoas foram detidas


O jornalista Abdel Razzaq Zorqui, de 32 anos, imolou-se pelo fogo em forma de protesto contra as difíceis condições de vida em Kasserine, na Tunísia. O ato do jornalista gerou manifestações e consequentes confrontos com a polícia.

Seis polícias ficaram feridos e nove pessoas foram detidas, avançou esta terça-feira o porta-voz do Ministério do Interior, Sofiane Zaag.

Antes de se ter imolado, Zorqui publicou um vídeo na internet onde apelava à revolta da população para que reivindicassem o cumprimento das promessas feitas na “primavera árabe”. O desemprego e a degradação da situação económica da cidade que é capital da província com o mesmo nome, uma das mais pobres do país, eram alguns dos pontos que levaram o jornalista a iniciar uma nova revolução.

"Pelos filhos de Kasserine que não têm meios de subsistência, hoje vou começar uma revolução, vou imolar-me pelo fogo", disse o jornalista no vídeo. O jornalista morreu esta segunda-feira no hospital para onde foi levado.

Durante a madrugada desta terça-feira despoletaram várias manifestações em Kasserine, tendo resultado em confrontos com a polícia. As autoridades acabaram por disparar granadas de gás lacrimogéneo para dispersar os protestantes.

Já em 2011, Kasserine foi uma das primeiras cidades a organizar as manifestações que deram origem à Revolução de Jasmim, em janeiro desse ano. Também esse protesto teve como base a imolação pelo fogo de um jovem vendedor da cidade de Sidi Bouzid, capital da província vizinha de Kasserine.