Depois de um ano recorde, a Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) está otimista em relação a 2019. De acordo com o inquérito divulgado ontem, o setor acredita que “2019 terá uma melhor performance em todos os indicadores, exceto na taxa de ocupação quarto e na estada média que deverá ser idêntica à de 2018”. Também para o próximo ano estão previstas mais 65 novas unidades – só em Lisboa são esperadas mais 23 e o Norte do país deverá receber 17 novas unidades – e 10 remodelações.
A explicação é simples: Lisboa e Porto são as áreas que registam o maior número de dormidas de turistas e são também aquelas que têm tido maior procura por parte dos investidores.
A verdade é que deste número total de hotéis que vão abrir no próximo ano vão fazer parte alguns que já estava previsto abrirem portas durante 2018. Por atrasos nas obras e outros motivos, a sua construção foi adiada para 2019.
Lazer, City breaks, Touring/Cultural são apontados pelos responsáveis do setor como os melhores segmentos para 2019. Mas apontam riscos: a capacidade dos aeroportos de Lisboa e Porto, a escassez de recursos humanos, falências de operadores/companhias aéreas são alguns dos entraves que poderão comprometer as metas turísticas. Também o Brexit ganha um peso significativo face ao que se verificava no passado – 18% dos inquiridos contra 6% em 2017. Já Portugal, Espanha e França são vistos como os principais mercados para o próximo ano.
Em relação a 2018, os responsáveis do setor admitem que a taxa de ocupação foi melhor do que em 2017 (43%), mas há quem diga que foi pior (36%). O mesmo cenário repete-se em relação ao preço médio por quarto, com mais de 75% dos hoteleiros a revelarem que foi melhor. Aliás, essa tendência já era visível no indicador mensal ‘Tourism Monitors’ da AHP, de julho a setembro, em que os indicadores preço médio por quarto ocupado (ARR) e preço médio por quarto disponível (RevPar) tinham registado uma melhor performance face ao que se tinha assistido em 2017, com os destinos Lisboa, Algarve, Madeira, Açores, Alentejo e Beiras a crescerem relativamente ao ano anterior. A nível nacional, o ARR fixou-se nos 115 euros, mais 7% do que em igual período do ano anterior, enquanto o RevPAR cresceu 4%, para os 97 euros.
Quanto à estada média, a maioria dos hoteleiros salienta que foi igual face a 2017, em que cerca de 43% teve uma estada média entre duas e três noites.
Evento tecnológico Tal como aconteceu em anos anteriores, a Web Summit apresentou um grande peso na taxa de ocupação na hotelaria. A Área Metropolitana de Lisboa registou uma taxa de ocupação de 86% nesses dias e um preço médio por quarto a rondar os 158 euros. No entanto, esses valores sobem para 93% e para 172 euros se tivemos apenas em conta as unidades hoteleiras da capital.
Aliás, 41% dos responsáveis dos hotéis na AML têm a perceção de que a taxa de ocupação foi igual à do ano passado e 58% consideram que o preço foi superior ao Web Summit, enquanto em Lisboa 44% consideram que a taxa de ocupação foi superior à do ano passado e 64% consideram que o preço foi superior ao verificado durante a Web Summit de 2017.