Maniche é a alcunha de Nuno Ricardo de Oliveira Ribeiro. Que lhe veio do avançado dinamarquês que passou no Benfica nos anos 80. Já não usa o cabelo comprido e loiro que valeu o apodo, pelo contrário, usa-o bem curto, e lançou na passada semana, no Porto, um livro chamado precisamente “Maniche 18”, o número que usou em tantos momentos fundamentais da sua carreira que passou por Benfica, FC Porto e Sporting, Chelsea, Atlético de Madrid, Dínamo de Moscovo, Inter de Milão e por aí fora, sem falhar a seleção nacional. Portugal contou, aliás, com o melhor Maniche no Europeu de 2004 (o golo à Holanda, na meia-final, ganhou lugar na eternidade do bom futebol!) e no Mundial de 2006.
Estás contente com o resultado final? Feliz por teres lançado este livro?
Estou! E muito! Era uma oportunidade que desejava de poder contar a minha trajetória no futebol, momentos da minha carreira, recordar episódios de todos estes anos. E contente pela reação das pessoas.
Então?
A primeira edição já está esgotada e vamos a caminho de esgotar a segunda. Sinal do respeito que as pessoas em geral sentem pelo todo o trabalho que fiz e pela pessoa que fui no futebol e na vida.
É um livro que também serve para ajustar contas?
Não! De forma alguma. Não foi feito com o objetivo de ofender quem quer que seja. Pelo contrário. O que pretendi foi recordar amizade e companheirismo. E trazer a público muitas das histórias que fui vivendo, umas mais sérias, outras mais divertidas. Nunca entrar por um caminho de ofensa. Era a última coisa que queria ver associada a este momento que foi muito bonito.
Quem ler este livro vai encontrar surpresas?
Vai. Muitas surpresas! Há no livro uma grande quantidade de histórias que o público em geral não conhece. Nem teria acesso a elas se eu não as contasse. Até porque se desenrolaram dentro do balneário, ou que fazem parte daquela face de uma equipa de futebol que não entra para dentro do relvado.
Não havendo críticas dolorosas, quais as pessoas que fazem parte do livro e que não dispensaste de tratar bem ou de elogiar?
Todas as que acreditaram e apostaram em mim. Desde o Mourinho a Pinto da Costa, passando pelo Jorge Mendes e vários dos meus colegas jogadores.
José Mourinho é responsável pelo prefácio de “Maniche 18 – As Histórias (Ainda) Não Contadas”. Tiago Guadalupe, coautor, como Maniche gosta de o considerar, recolheu e escreveu episódios, opiniões, declarações de gente como Cristiano Ronaldo, Luiz Felipe Scolari, Jorge Jesus e Ibrahimovic. Licenciado em educação física e desporto é, neste momento, coordenador da divisão de desporto da câmara municipal de Loulé.