Rio critica partidos por substituírem líderes quando perdem eleições

Rio critica partidos por substituírem líderes quando perdem eleições


O líder do PSD lembrou que no tempo de Sá Carneiro “os líderes perdiam eleições e não saíam, continuavam”


Rui Rio afirmou esta segunda-feira que ser um líder partidário é como ser “uma espécie de diretor comercial” e se “não conseguem vender o produto com sucesso” – leia-se ganhar as eleições – são substituídos.

“Por força daquele que é o andamento da sociedade, o líder partidário é como uma espécie de diretor comercial. Consegue vender o produto com sucesso e está bem, não consegue e temos que trocar por um outro diretor comercial”, disse Rio.

O líder do PSD discursava no Porto, no âmbito de uma conferência evocativa do 38.º aniversário da morte de Sá Carneiro e aproveitou para usar como exemplo o tempo do antigo primeiro-ministro. “Os líderes perdiam eleições e não saíam, continuavam”, disse referindo que o próprio Sá Carneiro chegou a ser derrotado por Mário Soares e que “Álvaro Cunhal nunca ganhou nenhuma”.

Para além da comparação com um “diretor comercial”, Rio usou da metáfora para comparar também a política a um namoro: promete-se uma coisa mas “sai outra completamente diferente” depois de casados.

"Hoje, na política namora-se o eleitorado de uma dada maneira e, depois, quando casamos com o povo, ele divorcia-se de nós porque estava a contar com uma coisa e depois sai outra completamente diferente", disse ainda Rui Rio.

O antigo autarca do Porto teceu ainda grandes elogios ao antigo primeiro-ministro por ter “uma enorme coragem, frontalidade, convicção e um enorme rigor”. “Ouço por vezes dizer que isto da forma que está só lá ia com dez Salazares. Pois eu digo: cinco Sá Carneiros e nós resolvíamos isto, não eram precisos dez Salazares”, afirmou.