Montepio. Tomás Correia promete agir “até às últimas consequências”

Montepio. Tomás Correia promete agir “até às últimas consequências”


Esta é a reação do atual presidente às acusações de que o banco está a beneficiar a sua candidatura 


A Associação Mutualista Montepio promete agir “em sede própria e até às últimas consequências” para defender os seus associados e os trabalhadores do grupo. Em causa está a reportagem da TVI que aponta para irregularidades nas eleições da instituição. De acordo com a notícia, o banco está a beneficiar a candidatura de Tomás Correia ao controlar, dentro dos balcões do Montepio, funcionários que consigam garantir o voto na lista encabeçada por si às eleições de 7 de dezembro. 

“É da competência do conselho de administração do MGAM, enquanto cabeça do grupo Montepio, zelar pelos mais elevados interesses do grupo, protegendo e garantindo o seu bom nome, os interesses dos seus associados e clientes, e dos seus trabalhadores. O conselho de administração do MGAM desencadeará os meios apropriados no sentido de ver reparados os danos causados à boa imagem do grupo e das pessoas que o compõem. E fá-lo-á sem qualquer contemplação, mormente quando se trate da defesa do profissionalismo das pessoas”, revela em comunicado interno a que o i teve acesso. 

A mutualista condena ainda que “a transmissão de informação interna, não autorizada, cujo uso restrito está obrigado a sigilo profissional, e cuja violação é punida nos termos da lei; a suspeição sobre o profissionalismo e rigor dos profissionais no cumprimento das normas em vigor; e os expedientes diversos e manobras que visam a tomada de poder pelas diversas vias, sem o respeito pelas instituições e pelas suas pessoas”, refere o mesmo documento. 

Também a comissão de trabalhadores da Caixa Económica Montepio Geral veio manifestar o seu descontentamento em relação à mesma reportagem. “Os trabalhadores do Montepio são profissionais sérios e íntegros, cumpridores das normas e código de conduta a que estão sujeitos. A Comissão de Trabalhadores rejeita a exposição dos trabalhadores do Montepio na comunicação social”, diz o comunicado a que o i teve acesso. O documento diz também que os “trabalhadores que se sintam diretamente afetados ou prejudicados pelas notícias em causa, bem como outras que possam vir a surgir, devem contactar esta comissão”.

O presidente da Caixa Económica Montepio Geral (CEMG) já tinha avançado com um código de conduta e prevê punir os trabalhadores que apelarem ao voto ou usarem telemóveis ou veículos do trabalho para participarem na campanha eleitoral por alguma lista candidata à associação mutualista, sem no entanto indicar a punição em caso de incumprimento. “A CEMG, enquanto entidade autónoma relativamente ao processo eleitoral, garante isenção e independência nesse processo”, refere uma nota interna.

Esse caminho já tinha sido escolhido em 2015, quando José Félix Morgado era presidente executivo da instituição financeira, e agora repete-se com Carlos Tavares à frente do banco.