Tem sido um dos principais críticos de Tomás Correia e da falta de transparência. O que traz de novo a sua lista?
Há um elemento chave e que, aliás é o lema da nossa campanha, que é recuperar a confiança. Queremos uma gestão aberta, democrática, baseada nos princípios de ética e de integridade. A situação não é fácil e, por isso, queremos fazer uma auditoria a tudo, envolver os trabalhadores e associados num plano de reestruturação com o objetivo de voltar às origens. É claro que hoje há uma nova realidade tanto económica como social, mas o grande problema do Montepio é a crise de confiança e esta não é possível de recuperar com truques, nem com maquilhagem de gestão e de números. O que temos de fazer é implementar um conjunto de medidas com vista a encarar os problemas e a resolvê-los.
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Os casos que se tornaram públicos em torno de várias investigações fragilizaram essa gestão?
Claro que sim. Há dois anos, numa assembleia-geral, pedi a sua demissão para que não se associasse o nome de Montepio a estas investigações. As instituições vivem da credibilidade e esta está dependente dos seus dirigentes. O Montepio tem sofrido muito com a sua gestão que a meu ver é claramente negativa, assim como tem sofrido com a falta de credibilidade e idoneidade dos seus órgãos de gestão. Claro que as investigações têm de decorrer e é preciso concluir esses processos, mas o facto de existir tantas suspeições não abona para o bem da instituição. Se ele diz que quer preservar a instituição então porque é que não deixa outros gerirem? Abria-se um novo ciclo. Além disso, não deve ser Tomás Correia a liderar o processo de transição para o novo código mutualista porque muito daquilo que tem de ser feito vai contra as suas práticas.