Cibersegurança em Portugal está um “pouco atrasada”

Cibersegurança em Portugal está um “pouco atrasada”


O novo coordenador do Centro Nacional de Cibersegurança disse que o centro deveria ter sido construído pelo menos dez anos antes


Lino Santos, o novo coordenador do Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS) admitiu esta terça-feira que Portugal está um “pouco atrasado” no que toca à definição de uma estratégia nacional.

"Não tenho nenhum problema em dizer que o Estado está um pouco atrasado no tempo relativamente a este assunto. Portugal criou o CNCS em 2014 e devia ter criado esse centro em 2005 ou 2006", disse o novo coordenador durante a conferência “Cibersegurança: reduzir o risco, combater as ameaças”, promovida pela Sociedade de garantia mútua Norgarante.

No entanto e apesar de Portugal ter demorado "algum tempo a edificar a estrutura nacional de cibersegurança", Lino Santos avançou que o próximo passo “será produzir um plano de ação para execução desta nova estratégia” que contará com a participação do governo.

O quadro nacional de referência para a cibersegurança, que está a ser desenvolvido pelo CNCS, tem como principal objetivo ajudar a proteger quer as empresas quer os organismos públicos de ataques informáticos. “Este quadro é suficientemente grande para responder às preocupações das grandes empresas”, afirmou garantindo que serão tidas em conta medidas para serem implementadas pelas pequenas e médias empresas.

Lino Santos acrescentou que muitas vezes não se pensa na cibersegurança quando são implementadas políticas públicas ligadas às novas tecnologias. “Qualquer que seja a política pública, nós temos de ter preocupações de cibersegurança no seu desenho. Ainda não estamos aí e devemos trabalhar nisso”, afirmou.

Segundo o mais recente Relatório Anual de Segurança Interna, publicado em 2017, a equipa de reação de incidentes recebeu 1.895 notificações referentes a ataques no ciberespaço. 17% dos incidentes reportados afetaram de forma direta ou indiretamente o Estado, um valor que subiu 8% em relação ao ano anterior. As instituições bancárias foram as principais vítimas dos esquemas.