Liga dos Campeões. No Dragão como na Rússia, o mais forte vestiu de azul

Liga dos Campeões. No Dragão como na Rússia, o mais forte vestiu de azul


Debaixo de um verdadeiro dilúvio, o FC Porto voltou a vencer o Lokomotiv em casa, agora por 4-1, e só mesmo a matemática o impede de festejar já o apuramento para os oitavos-de-final. Na próxima ronda poderá ainda ficar decidida, também, no Dragão e frente aos alemães do Schalke 04, a questão do primeiro lugar…


Sem espinhas nem sombra de nervos: o campeão português é infinitamente superior ao campeão russo e voltou a demonstrá-lo ontem, mesmo debaixo do dilúvio que se abateu sob o relvado do Estádio do Dragão. Se o 1-3 em Moscovo havia sido um espetáculo dos antigos, com oportunidades a rodos para os dois lados, desta feita o FC Porto mostrou claramente ao Lokomotiv quem manda – e o 4-1 final assim o reflete na perfeição.

Se dúvidas ainda houvesse, e o coração dos russos ainda palpitasse na esperança de ver finalmente quebrada a série de quatro derrotas consecutivas na Liga dos Campeões, as mesmas terão ficado dissipadas logo a abrir: Maxi Pereira serviu Marega, o maliano foi mais rápido que Guilherme, o guardião do Lokomotiv, e tocou para trás, onde aparecia o fulgurante Herrera. O mexicano não se fez rogado e festejou de forma perfeita o regresso à titularidade.

Era difícil pedir melhor entrada – mas ainda faltava o resto da ementa. Que continuou a ser servida exatamente pelos mesmos empregados de Moscovo: aos 42’, foi Marega a corresponder à assistência de Herrera e a atirar por entre as pernas do pobre Guilherme, que só via azul à sua frente. O veterano Yuri Semin mexeu ao intervalo, tirando Manuel Fernandes e colocando Farfán, e o Lokomotiv deu sinais de querer reagir, com o peruano e Eder a ameaçar a baliza de Casillas.

O golo acabaria por surgir aos 59’, precisamente por Farfán na sequência de um canto, e o FC Porto pareceu abanar por uns instantes. Breves, porém, pois Corona viria a cravar mais um prego no caixão russo aos 67’, trabalhando de forma superlativa após um corte falhado do lateral esquerdo Idowu. Entrada, prato principal e sobremesa já estavam: faltava o cafezinho, que apareceu no pontapé fulminante de Otávio.

No fim, a(s) conta(s): os homens de Sérgio Conceição estão a um ponto de garantir matematicamente o apuramento para os oitavos-de-final, podendo inclusivamente selar o primeiro lugar do grupo já na próxima ronda, novamente no Dragão e agora perante o Schalke 04. Os alemães venceram o Galatasaray por 2-0 e ocupam neste momento o segundo lugar do grupo D, a dois pontos dos dragões. Os russos estão fora da prova.

 

Benfica joga tudo hoje Em mares muito mais agitados navega o Benfica. Em Amesterdão, as águias ficaram a breves instantes de conseguir um resultado satisfatório, mas o golo sofrido nos descontos ditou o segundo desaire em três partidas e deixou bem mais longe o sonho do apuramento para os oitavos de final.

Esta noite, na receção ao Ajax, a ordem é só uma: ganhar ou ganhar. Qualquer desfecho diferente deixa os encarnados fora da próxima fase – ainda não matematicamente, mas na prática será isso que um empate ou uma derrota irão significar. E Rui Vitória, debaixo de uma enorme onda de críticas depois das três derrotas sofridas de forma consecutiva, tem consciência disso. “O jogo de Amesterdão mostrou um Ajax de qualidade mas também mostrou um Benfica que se bateu de igual para igual e que também teve oportunidades de golo. Depois foi um pequeno pormenor a fazer a diferença para o resultado. Amanhã é fundamental olhar para os atributos da equipa do Ajax e saber que vamos encontrar uma equipa de qualidade na circulação de bola, mas que também se expõe em alguns momentos. Temos de ser concentrados e rigorosos para vencer. Os índices de concentração e eficácia farão a diferença”, realçou ontem o treinador do Benfica, desvalorizando novamente as críticas: “É uma fase que acontece a todas as equipas, em qualquer país. Isto é transversal a todos os clubes. Há várias causas, há várias razões para isto. O que é importante é sentirmos que há união no grupo. Quero deixar bem claro isto: importante, nesta altura, é o Benfica e o jogo da Liga dos Campeões, mais do que questões do Rui Vitória e do presidente. Só se resolve isto a enfrentar cara a cara, com os meus jogadores. Depois ter lucidez para pensar que já tivemos fases destas em situações anteriores. É para desistir à primeira? Não. Temos de pensar em todas as possibilidades de ganhar amanhã. É um jogo da Liga dos Campeões. A competição é uma responsabilidade, mas nunca pode ser um drama.”

Do outro lado, Erik Ten Hag deixou o aviso: o Ajax também vai à Luz para vencer – até porque, caso tal aconteça, o gigante holandês assegura desde já o apuramento para a fase seguinte. “O Benfica joga em casa, irá assumir o jogo, porque tem que assumir. Temos que estar preparados para isso, mas nós somos fortes no contra-ataque e vamos utilizá-lo muito”, assumiu, elogiando os encarnados: “Estão num momento menos bom, mas em Amesterdão demonstraram ser uma boa equipa. Temos de ter cuidado.”

Na lista de convocados de Rui Vitória, uma grande surpresa: Filip Krovinovic. Ausente dos relvados desde 20 de janeiro, quando sofreu uma lesão grave na Luz diante do Chaves, o médio croata volta assim a ser opção para o técnico, tal como Seferovic, que falhou a partida com o Moreirense devido a lesão. Svilar e Alfa Semedo também regressam aos eleitos, por troca com Samaris (não está inscrito na UEFA), Bruno Varela e Ferreyra.