A meio da semana, veio o início da virada prometida por Haddad, em São Paulo. Terá vindo a tempo? A resposta é dada hoje, nas urnas.
Chegada a São Paulo, basta um par de conversas para sentir que não é exagero o que se lê e ouve dizer antes de cruzar o Atlântico. O primeiro encontro é com João Salaviza e Renée Nader Messora, em vésperas da estreia no Brasil do filme que rodaram com a comunidade dos índios Krahô numa altura em comunidades indígenas estão, como quilombolas, negros, gays, qualquer minoria, sob a mira do homem que lidera com larga vantagem a corrida à presidência nas sondagens. Jair Bolsonaro. Vêm deles os primeiros relatos do clima de tensão a que tem levado a polarização extremada pelo não-debate (o candidato do PSL recusa-se a participar em debates e continua sem sair à rua; a campanha é feita com mensagens de ódio nas redes sociais) para as presidenciais que acabam de se decidir na segunda volta deste domingo. Familiares que deixam de se falar por conta de divergências políticas. Histórias das que se contam nos livros de História quando se descrevem ambientes de pré-guerra civil. Não se quer acreditar. Até se tropeçar numa delas.
Isto é na Av. Paulista, não muito longe do MASP, o museu onde se iniciam grande parte dos protestos. Daí ao Bixiga, um dos bairros mais tradicionais da capital económica brasileira, a distância não é tão longa assim. Distância física. Distância social é outra história. É no Bixiga que fica o Teatro Oficina, para onde ao final da tarde a Uneafro Brasil, o Núcleo de Consciência Negra da Universidade de São Paulo e o Aparelha Luzia marcaram uma aula pública. «No país da escravidão, de que fascismo falamos?», com várias das figuras que representam hoje a resistência negra no Brasil: Douglas Belchior, Xênia França, Andreia de Jesus, Erica Malunguinho, Zezé Menezes e Leci Brandão. Quando o debate se abre, uma mulher trans vai da assistência ao palco: «Fascismo é o que pessoas como eu e a Erica [primeira deputada trans e negra eleita para a assembleia legislativa de São Paulo] sentimos na pele a vida inteira. O meu pai é negro, a minha mãe é branca. E a minha mãe vota Bolsonaro.»
Demily Nóbrega é o nome dela. Dias depois, vamos encontrá-la na sua hora de almoço. Trabalha no centro, na Pinacoteca – Museu de Arte de São Paulo, como assistente de sala. Entrou num grupo de outras mulheres trans, quando o gabinete de recursos humanos do museu, que promove uma política de diversidade, contactou o núcleo da ANTRA (Associação Nacional de Travestis e Transexuais) da zona norte de São Paulo, onde vive Demily. «Tem muito gay e muita lésbica, mas nunca tinha trabalhado trans aqui.» Este trabalho conseguiu faz poucos meses. «Na Pinacoteca, nunca imaginei.» Como nunca imaginou que, chegada a São Paulo, fosse ter dificuldade em encontrar trabalho como cabeleireira.
Demily nasceu em João Pessoa. Capital do Paraíba. Menos de um milhão de habitantes, a oitava cidade do Nordeste, onde o PT de Lula resiste e se converteu já na primeira em votos para o candidato Fernando Haddad. Chegou a São Paulo em 2009, depois de seis anos num seminário em Brasília, onde estudou Filosofia e Teologia. «Queria ser padre.» Saiu aos 27. Voltou para João Pessoa e começou a dar aulas de Religião num colégio católico. «Não tinha ainda esta aparência, não é?» Deu aulas dois anos até ter feito um curso de cabeleireiro e ter começado a trabalhar no ramo. Depois montou um salão. Demetris, chamava-se. «Era o meu nome no RG. Troquei tem seis anos para Demily. O meu apelido de infância era Demi. Quando tive o meu salão lá é que botei o peito. Aí escancarei de vez.»
Mudou-se para a capital paulista porque havia cursos, mais salões do que lá no Paraíba. «Aqui o ramo do cabelo é maravilhoso. Só que não sabia que por eu ser trans iria passar por tanta discriminação. E lá e João Pessoa há muito mais machismo do que aqui. Me diziam ‘a gente vai te ligar’… quando não falavam na minha cara ‘tenho receio de colocar pessoas como você’. No ramo do cabelo, é uma coisa que nunca imaginei. Me ferrei. Cheguei em 2009 e, de lá para cá, me virei com bico [biscates]. Entrava num trabalho e saía, até que há dois anos entrei nessa bendita bolsa do Transcidadania.» Um projeto de bolsas auxílio no valor de 840 reais (o salário mínimo no Brasil é de 954) destinadas a travestis e transexuais que queiram estudar, lançado em 2015 em São Paulo por Fernando Haddad, prefeito da cidade entre 2013 e 2017. Demily começou por estudar Direito, agora está a fazer Pedagogia.
‘Não queria rodar bolsinha’
Diz-se que no Brasil a cada 48 horas uma pessoa trans é assassinada. Os números não andarão muito longe disso. De acordo com o Observatório Trans, da ANTRA, este ano foram já 130 os casos. Violência física ela nunca enfrentou. Preconceito há de sobra.
«As pessoas falam que é bolsa para trans.» Já o tínhamos ouvido na cidade, de um motorista de Uber que justificava com as ‘bolsas para travesti’ o seu voto em Bolsonaro. «Não é assim. É uma bolsa para as meninas trans que querem estudar. E se não fosse isso eu teria que ir rodar bolsinha para a rua.» Rodar bolsinha é um eufemismo para prostituição. «Eu não queria rodar bolsinha.» Haddad saiu da prefeitura, mas o Transcidadania continuou pelo mandato de João Doria. «Como o projeto começou a chamar atenção internacional, não puderam terminar com ele.»
Doria, que sucedeu a Haddad na prefeitura, tem sido um dos assuntos da campanha, em que se aliou a Bolsonaro. Não partilham partido político, mas nas manifestações do último fim de semana foi Doria, do Partido da Social Democracia Brasileira, quem esteve na Paulista, camiseta amarela, hashtag #BolsoDoria, em apoio ao candidato do PSL no dia em que foi transmitido o vídeo em direto em que ameaçou «a petralhada», forma como se refere aos seus opositores, de prisão ou de exílio. Por exemplo: «Esses marginais vermelhos serão banidos da nossa pátria. Porque essa pátria é nossa, não é dessa gangue que tem uma bandeira vermelha e a cabeça lavada.» Para Lula: «Aguarde. O Haddad chegará aí também mas não será para visitá-lo não. Será para ficar alguns anos ao seu lado.» Ou ainda: «Petralhada, vai todos vocês para a ponta da praia, vocês não terão mais lugar na nossa pátria. Não terão onde saciar a fome de mortadela de vocês. Será uma limpeza nunca vista na História do Brasil.» Desejou ainda que Lula «apodrecesse» na cadeia e dirigiu-se à Folha de São Paulo – o jornal que noticiou que a campanha feita no WhatsApp contra o PT foi financiada por empresas privadas que apoiam o candidato do PSL em contratos até 12 milhões de reais –, em violação da lei eleitoral: «A Folha de São Paulo é o maior fake news do Brasil. Vocês não terão mais orçamento publicitário do governo. Imprensa livre, meus parabéns, imprensa fake, meus pêsames.»
Dias depois, Haddad, ultrapassava-o pela primeira vez nas sondagens na cidade de São Paulo. Em empate técnico, com 51% dos votos. E dizia, quarta-feira à noite no Largo da Batata, dirigindo-se a Bolsonaro, que se recusa a debater com ele: «Essa semana deu uma entrevista e a última dele foi que as mulheres, negros, gays e nordestinos têm que deixar de se fazer de coitados. Eu quero dizer para o Bolsonaro, que não tive a oportunidade de confrontar até hoje, que coitado é ele. Ele é um grande coitado. Como diz o povo, ele é o parlamentar mais improdutivo da História desse país: 18 anos ganhando salário sem fazer nada a não ser vomitar ódio e intolerância a cada discurso que faz. Pelas minhas previsões, que sou economista também, como sabem, ele está a duas entrevistas da derrota. Se ele der mais dias entrevistas, só duas. Fala Bolsonaro, fala o que você pensa e vai tomar uma surra do povo brasileiro no domingo.»
Da Pinacoteca vamos andando. Estamos nos Campos Elíseos. Pobreza difícil de encarar no bairro outrora próspero que se fez o bairro da Cracolândia (de terra do crack). Construído no século XIX por empresários suíços, foi em tempos um grande centro, zona de privilegiados. Prova disso é a arquitetura, são as instituições culturais que resistem, como a Pinacoteca. Entramos numa lanchonete. Televisor na Record, noticiário criminal, e a conversa não irá para um lugar melhor. «Dia 28, é 17.» O número para votar em Bolsonaro para presidente na urna eletrónica. O do Haddad é o 13. «Há anos que aposentado não tem aumento.» Falando no que passa no noticiário, lembra o outro que o melhor é mesmo andar armado. «Estou trabalhando aqui, mas eu trabalho é de motorista. Fui três vezes assaltado à mão armada, numa delas sequestrado uma noite e uma manhã numa casa velha até libertarem a mercadoria.»
Violência contra violência
Fogo contra fogo, violência contra violência. Assim defende Bolsonaro num discurso que tem vingado pelas ruas. Do jeito que vai o Brasil, não há quem não viva com medo. Um medo que não vem já apenas da elevada criminalidade, do absurdo que é a estatística de 62.517 pessoas assassinadas por ano (número de 2016 fornecido pelo Ministério da Saúde para o Atlas da Violência 2018, apresentado pelo Instituto de Pesquisa Económica Aplicada e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública). O equivalente a uma taxa de 30,3 mortes por cada 100 mil habitantes, em 30 vezes superior à taxa média de homicídios na Europa. Nos últimos dez anos, mais de meio milhão de pessoas foram assassinadas no Brasil. Entre a população negra, a taxa sobe para 40,2 — e desce para 16 entre o resto da população, o que quer dizer que 71,5% das pessoas assassinadas em 2016 no país eram negras ou pardas.
«Vocês lá em Portugal não têm nem ideia do que é viver nessa insegurança», é uma das frases mais repetidas. Na maior parte dos casos, como justificação para o voto 17. Entre motoristas de Uber, ou homens que debitam palavras de ódio disfarçadas de discussão política em balcão de boteco. Os mesmos lugares onde as televisões repetem noticiários exclusivamente dedicados ao tema: o crime. A insegurança é a mesma que Manuela d’Ávila cita recorrentemente nos discursos em que se dirige às mães brasileiras que vivem sem saber se os seus filhos voltarão a casa. Uma das propostas de Jair Bolsonaro caso seja eleito presidente é a alteração à lei que, na década de 1990, proibiu o porte de arma.
«O clima de incendiar o país resultará numa escalada da violência. Já aconteceu absolutamente tudo e nosso adversário segue levantando o fogo», afirmou Manuela d’Ávila esta semana numa entrevista ao site G1, da Globo. «O antipetismo de uma parte da sociedade parece cegar as pessoas.» Exemplos? As brincadeiras com o homicídio de Marielle Franco nas redes sociais, a morte do mestre de capoeira Moa do Catendê, os relatos de ameaças da comunidade LGBT. «Ele autoriza a violência cada vez que fala.»
Porque além (ou antes) de tudo, há o ódio anti-PT. Estamos em Pinheiros já. Bairro de classe média para média alta, numa esplanada. Conversamos com Ricardo Petrilli, empresário nos ramos da energia, do agronegócio e dos seguros, bebendo um vinho em fim de tarde. Que votará Bolsonaro. Claro. Mas por falta de opção. No primeiro turno votou Geraldo Alckmin (PSDB). PT é que não. Apesar de ver em Bolsonaro um machista, homofóbico, racista.
«A gente tem o risco de ter um caos aqui com Bolsonaro. Nem se sabe o que se passa na cabeça dele. Mas ele não tem o parlamento com ele. Tem ainda pessoas coerentes no Senado. Agora, vai dar uma estagnada de um ano ou ano e meio para a frente. Tudo aquilo de que a gente não precisava. A gente só precisa ter arrocho fiscal, aprovar três ou quatro reformas fundamentais e deixar o mercado e o agro, que é o que sustenta o nosso país, continuar», afirma. «Independentemente do risco do Bolsonaro, é melhor afundar um pouco em estagnação do que ter uma evolução para a corrupção que seria o caso do PT. É o plano deles. Estatizar tudo, abrir um monte de benefícios, ganhar de novo o pessoal do Norte e do Nordeste, os menos favorecidos em conhecimento, com qualquer saquinho de leite já convencem todo o mundo.»
Se o PT tivesse um «plano», não o teria já posto em prática, em 14 anos de poder? O receio do Brasil transformado numa Venezuela, como se diz, não é exagerado? «Mas estava prestes. Se não tivesse tipo o impeachment da Dilma, ia acontecer isso. A Dilma era super autoritária, ela não recebia nenhum empresário grande. Empresários que movimentavam centenas de milhares de pessoas. Ela não recebia.»
Há cinco anos que a economia brasileira entrou numa recessão que a atirou para a que se diz ser a pior crise financeira enfrentada pelo país desde a década de 1930, conforme escrevia o El País brasileiro já em fevereiro de 2016, num país em que, apesar dos avanços conquistados ao longo dos últimos anos – sobretudo nos dois governos de Lula, que teve como medida de maior a criação do Bolsa Família –, continua a haver muito por fazer.
Um exemplo relatado por Sabrina Korman, uma publicitária freelancer paulista de 38 anos que na primeira volta para as eleições se tornou viral com um vídeo em que se queixava de não ter conseguido votar, porque quando chegou à sua secção de voto foi informada de que o seu número já tinha sido utilizado: «Na agência em que estou agora, a faxineira está largando o trabalho porque não tem vaga na creche [pública] e não tem com quem deixar os filhos. Conversei com ela essa semana. Ela está pagando uma creche particular e falou ‘tudo o que eu ganho estou gastando com a creche, então é melhor ficar em casa com eles do que ter que me deslocar.» Da periferia de São Paulo até ao centro. «Ela deve ganhar uns mil reais [235 euros, valor aproximado do salário mínimo]. Tem dois filhos, deve estar pagando uns 300 ou 400 para cada um. Isso na periferia. Se você vier para as áreas ricas, para bairros de classe alta ou média alta como Jardins ou Pinheiros, uma mensalidade de escola varia entre 3000 e 3500 reais.»
Se tivesse podido votar, teria votado em João Amoêdo, um político, banqueiro e administrador de empresas que concorreu à presidência com um partido recém-fundado a que chamou Novo. Se neste domingo o problema não se repetir e Sabrina conseguir votar, votará nulo como disseram que votariam 10% dos brasileiros na última sondagem do Datafolha, realizada na semana passada. «Vou votar nulo porque votar nulo é assumir uma posição política. É falar ‘não concordo com o que está acontecendo’. Por isso eu lavo as minhas mãos. Não vou sujar as minhas mãos nem com o sangue do Bolsonaro nem com a burrice do PT.» A confirmar-se, será um dos números mais altos de votos nulos desde a Constituição de 1988, que abriu oficialmente um novo período na política brasileira ao fim de 21 anos de ditadura militar.
O verde e amarelo de Bolsonaro
Casos raros. Porque do jeito que vai o Brasil, até vendedor ambulante em protesto tem lado. Domingo passado, Avenida Paulista, manifestação de apoio ao candidato Jair Bolsonaro, e uma adolescente sorri. «Fala, amiga!» Perguntamos pela véspera, se também na véspera esteve ali vendendo bandeiras e fitas para o #elenão. «Teve do PT também, moça, só que a gente só está vindo assim aqui.» Diz para o colega: «Você vendeu do PT ontem?» Não. «Não, só Bolsonaro. A gente vai votar no Bolsonaro, toda. Tem um amigo nosso que teve a mercadoria e veio vender ontem do PT aqui. Ele vai votar no Bolsonaro também. A gente toda aqui é Bolsonaro.»
Chama-se Ester. 16 anos. Negra. «É o meu primeiro ano de eleição.» No Brasil, o voto é obrigatório a partir dos 18, mas é possível votar a partir dos 16. Ester quer votar, e vota em Bolsonaro. Porquê? Concorda com as propostas apresentadas pelo candidato do PSL? «Com a maioria.» A conversa é interrompida pelo trabalho. Camisetas e bandeiras verde e amarelo. De Bolsonaro, mas também do Brasil. É ele que diz: «Meu partido é o Brasil.»
No dia seguinte, «ato da virada» do PT no Tuca – Teatro da Pontífica Universidade Católica de São Paulo, acontece o mesmo, para o lado contrário. Diz a moça que vende espetinho de churrasco que vota PT. Claro. «Eu sou PT. Sempre. Toda a minha família vota PT.»
Foi aí que, do palanque, Haddad disse já ter visto «muita virada» acontecer ali, pedindo a cada um que virasse um voto, para lutar por mais uma. Depois de um outro comício no Rio na companhia de Caetano Veloso e Chico Buarque, na quarta-feira, dia de regresso a São Paulo, o apelo à virada pela democracia parece ter começado a dar frutos, com Haddad a aparecer numa sondagem do Ibope pela primeira vez, com 51% das intenções de voto, à frente de Bolsonaro na cidade de São Paulo, que o candidato petista governou entre 2013 e 2017. Isto enquanto a sua taxa de rejeição caía e a de Bolsonaro subia de novo: ambas então nos 40%. Na primeira volta, em São Paulo, Haddad tinha obtido apenas 19% dos votos, contra 44% do candidato do PSL, que no estado atingiu uns elevadíssimos 53%.
Vozes como a de Fernando Henrique Cardoso continuam em silêncio, mas na última semana de campanha foram várias as que se uniram ao PT no esforço dar a volta aos números para os quais apontam as sondagens para domingo — 57% para Bolsonaro, segundo as últimas do Ibope. Marina Silva juntou-se a Ciro Gomes no «apoio crítico» ao PT. Mais de dois mil juristas assinaram um manifesto de apelo ao voto em Haddad, em nome da democracia. E a eles juntam-se artistas, movimentos, 69 torcidas de futebol. Juntaram-se na segunda-feira em São Paulo representantes de sete religiões.
Contra Bolsonaro que, no impeachment de Dilma, elogiou o torturador da ex-presidente brasileira: o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, chefe do DOI-CODI do II Exército brasileiro, um dos órgãos que atuavam na repressão política. Há um ano, um inquérito estatístico conduzido pelo Pew Research Center em 38 países e feito pelo Ibope no Brasil, revelava que apenas 8% dos brasileiros considerava a democracia muito importante. Na quarta-feira à noite, projetaram-se nos edifícios de São Paulo imagens do tempo da ditadura, que terminou há apenas 30 anos. Mais uma ação de #elenão, de apelo à virada. Tão incerta quanto o futuro do Brasil.